Presidente do Santander acredita na retomada do crescimento do Brasil em 2016

Ana Botin reconheceu que as autoridades econômicas brasileiras “escolheram” fazer reformas para ajustar as contas públicas e que estão tomando decisões difíceis para a economia

A presidente do conselho diretor do conglomerado bancário espanhol Santander, Ana Botin, disse à agência “Bloomberg” de Londres, na quinta-feira (24), que não teme crise no Brasil e que espera retomada do crescimento em 2016.

Confiante, as declarações da banqueira alinham-se ao diagnóstico também professado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Ana Botin reconheceu que as autoridades econômicas brasileiras “escolheram” fazer reformas para ajustar as contas públicas e que estão tomando decisões difíceis para a economia, “que não são fáceis para o povo”.

Por isso, a banqueira afirmou que está “dando um voto de confiança ao país em um momento de fuga de investidores”, ao também lembrar que o Santander “resistiu à desvalorização cambial vivida pelo Brasil em 1999 e ao quase calote de 2002”, os tempos difíceis do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

“Embora um cenário mais negativo (para o Brasil), que implique em anos de estagnação seja uma possibilidade, ela previu (para o Brasil) um retorno ao crescimento já no ano que vem”, descreve a agência, num prenúncio de “uma grande reviravolta a partir deste ano” na economia nacional.

Um quinto (ou 20%) do lucro conquistado pelo Banco Santander tem origem no Brasil e, cerca de 50%, de países desenvolvidos, como Estados Unidos e Alemanha. Ana Botin assumiu o Santander há um ano, após a morte do pai.

Para o ano que vem, Botin prevê período de menos mudanças que nos últimos 12 meses, quando conduziu um aumento de capital e substituiu alguns dos principais gerentes de mercados como Estados Unidos e Brasil.

“Temos um potencial enorme de crescimento apenas com nossos clientes atuais”, declarou Botin, que, em setembro, perdeu a disputa pela unidade brasileira do HSBC para o Banco Bradesco SA. O Santander é o terceiro maior banco não ­estatal do Brasil, pelos dados do Banco Central.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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