Professores da rede estadual de São Paulo e Paraná seguem em greve

Docentes de São Paulo fazem nova assembleia para definir rumos da paralisação nesta sexta. No Paraná, professores participaram de reunião com nova secretária de Educação

Professores protestam contra reorganização escolar em 2015 (Foto: Inácio Teixeira/ Coperphoto/ Apeoesp)

Em greve há mais de 50 dias e sem nenhuma proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB), os professores da rede estadual de São Paulo realizam uma nova assembleia nesta sexta-feira (8) para definir os rumos da paralisação.

De acordo com a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, os docentes vão deliberar, em assembleia, pela continuidade ou não da greve.

Segundo Izabel, os professores têm uma nova reunião com o secretário da Educação, Herman Voorwald, na próxima quarta-feira (13).

“Não acredito muito nessa reunião com o governo, mas estamos sempre dispostos a negociar”, declara a presidenta do sindicato.

A audiência de dissídio coletivo ocorrida na quinta-feira (7), no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), também terminou sem acordo. Com isso, o governo não reconheceu nenhum dos mais de 20 itens pleiteados pelos professores.

O governo Alckmin alega não poder oferecer aumento devido a problemas financeiros, pois vive uma ‘incerteza’ de arrecadação.

“A reunião serviu para mostrar que o governo não tem proposta. A arrecadação de março teve um aumento de 4,6%, o maior na série histórica”, destaca a professora.

Entre as demandas apresentadas pelo Apeoesp estão reajuste de 75,33% de reajuste e o desinchaço das salas de aula. A entidade ainda alega que o governador demitiu cerca de cinco mil professores e fechou mais de três mil salas de aulas.

Contra a ameaça do governo de descontar os dias parados dos grevistas, a Apeoesp conseguiu uma liminar, na quinta-feira (7), da juíza da 4ª Vara da Fazenda, Celina Toyochima, impedindo a suspensão dos vencimentos dos professores.

Paraná – A Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) reuniu-se com a atual secretária da Educação, professora Anes Seres Trento Comin, na quinta-feira (7). Na pauta, a reabertura das negociações sobre os pleitos dos profissionais da educação, em greve desde 27 de abril e a apuração dos fatos do massacre de 29 de abril.

A APP-Sindicato destacou a pré-disposição da nova dirigente da Secretaria de Estado da Educação (SEED) em dialogar com a categoria. O sindicato cobrou a SEED postura proativa na condução das negociações com o governo do estado.

Segundo o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, a secretaria se dispôs a trabalhar nessa lógica e disse estar aberta às negociações. De acordo com o sindicato, para haver nova assembleia da classe é necessária uma proposta concreta sobre o índice da data-base e a aplicação do piso salarial.

“Nós deixamos muito claro que não concordamos com nenhuma falta ou desconto porque a greve é uma prerrogativa da categoria”, destacou Hermes.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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