PT dá exemplo contra corrupção e extingue doações empresariais
O partido adota iniciativa contra a maior fonte de corrupção no poder público
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O PT não receberá mais doações de empresas, a partir das próximas eleições, segundo anunciou o presidente nacional do partido, Rui Falcão, na sexta-feira (17). O financiamento empresarial será substituído pela doação exclusiva de pessoas físicas, com valores entre R$ 15 e R$ 1 mil. A decisão atende ao clamor nacional e ao projeto de reforma política defendido pelo PT.
Na última terça-feira (14), o presidente Rui Falcão lançou uma enquete, em sua página oficial no Facebook, sobre o fim do financiamento privado de campanha. O dirigente perguntou aos internautas se o partido deveria ou não abrir mão, voluntariamente, de doações empresariais para financiar campanhas políticas.
Até o momento, 91,7% das pessoas concordaram com a proposta e apenas 8,3% discordaram. A votação computa um total 4.466 votos.
A mudança compreende também a luta encampada pelo partido no combate à corrupção. Exposta com as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a relação promiscua entre políticos e empresários, iniciada no financiamento eleitoral, sempre foi criticada pelo PT.
Em carta destinada ao partido, divulgada no final da semana, Rui Falcão chamou o financiamento empresarial de “raiz do mal”. Para o dirigente, apesar de previsto na legislação eleitoral e ser praticado legalmente por todos os partidos, este tipo de doação é “danosa à independência e à lisura da atividade política”.
“Não é porque todos os partidos, sem exceção, o praticam que ele se torna menos nocivo, principalmente a partidos como o nosso, que nasceram para lutar não só pela justiça social, mas também por uma política mais limpa e digna”, afirmou Rui Falcão.
Conforme lembrou o dirigente na publicação, as doações empresariais poderiam ter sido proibidas em 2014, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) tivesse concluído a votação de ação proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil. Entretanto, um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes impede, até hoje, a conclusão do caso.
ERRATA: A edição desta reportagem errou ao dizer que o PT é o primeiro partido a rejeitar doações de empresários para campanhas eleitorais. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) adota a mesma postura desde 2010, segundo o Estatuto da legenda.
Da Redação da Agência PT de Notícias