PT encerra seminário e disputará hegemonia na segurança pública

Durante dois dias, partido e FPA debateram no Rio uma agenda própria para formular propostas e travar a disputa política sobre o tema na sociedade

Fábio Morais

Presidente do PT, Edinho Silva, com Paulo Okamoto, presidente da FPA, durante o encerramento do seminário "O PT e a segurança públic"

O Partido dos Trabalhadores (PT) encerrou, nesta terça-feira (2), o seminário “O PT e a Segurança Pública”, um encontro estratégico realizado no Windsor Hotel Guanabara, no centro do Rio de Janeiro. O evento, promovido em parceria com a Fundação Perseu Abramo (FPA), reuniu durante dois dias dirigentes, parlamentares, gestores e especialistas com o objetivo de formular uma agenda própria do partido para o setor.

A programação foi estruturada em oito mesas de debate e workshops, mobilizando centenas de participantes em torno da construção de um novo modelo de segurança.

A agenda desta terça-feira foi marcada pela análise das experiências de governança do partido. A mesa “Experiências e legado de gestões petistas à frente da segurança pública” contou com exposições de nomes como Edinho Silva, Jean Uema, Chico Lucas, José de Filippi e Washington Quaquá.

No período da tarde, as discussões se dividiram em eixos temáticos simultâneos:

  • Prevenção: A mesa “Políticas de prevenção à violência e à criminalidade” reuniu Adriana Accorsi, Raphael Calazans, Tamires Sampaio, Alberto Kopptike e César Barreira.

  • Sistema Penitenciário: O debate “Sistema penitenciário e o enfrentamento ao crime organizado” foi conduzido por Abdael Ambruster, Amanda Teixeira, Eli Narciso Torres e Ricardo Lodi.

O seminário também aprofundou a análise sobre a estrutura financeira das organizações criminosas na mesa sobre a “Cadeia econômica do crime”, com a participação de Robinson Barreirinhas, Vinicius Marques de Carvalho, Ricardo Saadi, Pierpaolo Bottini e Michele Ramos. Paralelamente, especialistas como Luciano Silva, Fernando Alves, Jéssica da Mata, Claudinho Silva e Karina Kakau debateram o modelo policial ideal no painel “A polícia que queremos”.

Conhecimento técnico para o debate político

As atividades foram concluídas com uma Solenidade de Encerramento, onde foram apresentadas as novas diretrizes do partido. Paulo Okamotto, presidente da Fundação Perseu Abramo, e Edinho Silva, presidente nacional do PT (conforme citado no evento), destacaram a consolidação de uma “proposta majoritária” focada em valores socialistas, direitos humanos e combate à desigualdade.

Okamotto enfatizou a importância do domínio técnico para o convencimento da sociedade, citando a cartilha “Brasil Seguro, Família Protegida”, elaborada pela FPA, como exemplo de produção de conteúdo qualificado.

“Nós queríamos ter cada vez mais curso para nossos dirigentes, cada vez mais curso para nossos filiados, cada vez mais cursos abertos à sociedade, porque nós precisamos construir uma sociedade mais justa, uma sociedade com mais oportunidade, uma sociedade mais igualitária, uma sociedade realmente socialista”, afirmou Okamotto.

Disputa de hegemonia e ações práticas

Em seu discurso de encerramento, Edinho Silva agradeceu a sinergia entre o partido e a fundação, reforçando que a segurança pública é um tema crucial para a população brasileira. Ele apontou que o material acumulado pela FPA serviu como ponto de partida para dar visibilidade às propostas e, agora, deve se transformar em prática política.

“A partir de agora, [é preciso] construir um plano de trabalho, um plano de ação para que a gente possa traduzir essa formulação em ações práticas em disputa real, em disputa política na sociedade, porque esse é o papel do partido: disputar a hegemonia, disputar o imaginário, disputar sonhos e disputar a perspectiva de construção de uma nova sociedade”, declarou Edinho.

Ao finalizar o evento, o presidente do PT convocou a militância a defender uma concepção de segurança que vá além da repressão: “Ao Partido dos Trabalhadores agora caberá ir para a sociedade e defender aquilo que nos move, que é uma concepção de segurança pública que, efetivamente, esteja inspirada em um direito real da sociedade”.

Da Redação

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