PT mobiliza para derrubar veto de Bolsonaro à saúde menstrual
Nesta terça, 8, Congresso vota projeto da deputada Marília Arraes (PT-PE), que prevê distribuição gratuita de absorventes a estudantes, presidiárias e mulheres em situação de vulnerabilidade social
Publicado em
Deputados e senadores do Partido dos Trabalhadores (PT) mobilizam pela derrubada do veto 59 de Bolsonaro contra a distribuição gratuita de absorventes no país.
Duramente criticado no Congresso Nacional, o veto à criação do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, proposto pelo PL 4968/2019 da deputada federal Marília Arraes (PT-PE), deve ser apreciado pela Câmara dos Deputados e Senado Federal nesta terça-feira, 8.
A proposta da deputada prevê a distribuição de absorventes higiênicos para estudantes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias.
Despreocupado com a dignidade da saúde menstrual, Bolsonaro foi contra seis trechos da proposta sob argumentos de falta de recursos e incompatibilidade com a autonomia das unidades de ensino.
Marília Arraes é contra os argumentos de Bolsonaro e defende que é preciso lutar pela dignidade menstrual e pela saúde da população feminina brasileira.
“Derrubar esse veto é um compromisso nosso e de todos que lutam pela vida e pelos direitos das brasileiras”.
Para combater essa realidade absurda, que causa prejuízos irreparáveis na vida de milhares de mulheres, que nosso mandato luta, há anos, pela criação de leis que garantam o acesso universal a produtos de higiene e informações sobre saúde menstrual. https://t.co/92p7jiHeNZ
— Marília Arraes (@MariliaArraes) February 7, 2022
Sem absorventes, jovens deixam de ir à escola
Diante da pobreza no Brasil e da falta de absorventes, uma a cada cinco jovens deixa de ir à escola. Pelo menos 20% de mulheres entre 14 e 24 anos já deixaram de ir para a sala de aula por não terem absorvente em casa.
Os dados são de um levantamento realizado pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante), organização que oferece capacitação para jovens em busca do primeiro emprego, e a Inciclo, marca de coletores menstruais. O estudo faz parte do Projeto Novo Ciclo de ambas as instituições.
A pesquisa aponta ainda que a população negra, com renda de até dois salários mínimos, a porcentagem de jovens fora da escola aumenta para 24%.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a pobreza menstrual tem se intensificado nos últimos anos. Mais de 700 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em suas casas. Além disso, mais de 4 milhões não têm acesso a itens básicos de cuidados menstruais.
Parlamentares do PT se manifestaram em suas redes sociais pela derrubada do veto 59. Confira:
Esta semana, vou dar meu voto SIM À DERRUBADA DE DOIS VETOS de Bolsonaro:
1) à distribuição de absorventes a mulheres sem renda
2) à renegociação de dívidas de microempresasEsses vetos, aliás, mostram bem que a prioridade de Bolsonaro são os ricos.
— Bohn Gass (@BohnGass) February 7, 2022
Nova pesquisa confirma a importância da iniciativa da @MariliaArraes através do #PL4968 de 2019, que garante a distribuição de absorventes em escolas públicas.
Tenho a honra de ter subscrito esse projeto como coautor. Agora é garantir a implementação!https://t.co/0QSWCUbIdp
— Deputado Alencar (@AlencarBraga13) February 6, 2022
Outro veto a derrubar é o de nº 59 (distribuição de absorventes femininos na rede pública). No mínimo 20% de jovens de 14 a 24 anos que menstruam não vão à escola por falta de absorvente. A nossa responsabilidade é enorme.
— Senador Paulo Paim (@paulopaim) February 7, 2022
Manifesto coletivo
Um manifesto coletivo contra o veto de Bolsonaro ao Projeto de Lei 4968/2019, que institui o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual foi entregue no Congresso Nacional.
Parlamentares da Assembleia Legislativa de Santa Catarina e da Câmara Municipal de Florianópolis se mobilizam para derrubar o veto presidencial contra o PL da deputada Marília Arraes (PT/PE), aprovado pela Câmara Federal e Senado Federal.
Da Redação, com informações do UOL