Qual o próximo a cair nesse governo golpista?, questiona Dilma
Em ato na capital pernambucana, a presidenta eleita fala sobre a defesa da democracia e ironiza a queda de mais um ministro golpista de Temer
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A presidenta eleita Dilma Rousseff falou da queda de mais um ministro do governo golpista de Michel Temer envolvido na Operação Lava Jato, durante visita à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife (PE), nesta sexta-feira (17).
“Todo dia a gente acorda e se pergunta: quem vai cair hoje nesse governo golpista?”, indagou Dilma, em referência à saída de Henrique Eduardo Alves do Ministério do Turismo, anunciada na quinta-feira (16). Henrique Alves foi citado em delação do ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, apontado como destino de R$ 1,55 milhão em propina.
Dilma esteve no Recife para participar de mais um lançamento do livro ‘A resistência ao golpe de 2016’. Para um auditório lotado, a presidenta eleita cantou um trecho de uma das músicas mais tradicionais do carnaval pernambucano, ‘Madeira que cupim não rói’, de Capiba.
“Vamos dizer bem alto que a injustiça dói. Nós somos madeira de lei que cupim não rói”, entoou, lembrando que o golpe é uma injustiça, mas que ela segue firme na luta pela democracia.
“Esse momento que vivemos nos ensina que a democracia nunca deve ser tratada como garantido, como algo dado. Devemos lutar”, enfatizou.
Para ela, esse governo ilegítimo põe em risco as conquistas educacionais, principalmente aquelas alcançadas durante o seu governo e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Acho que uma das mais importantes escolhas políticas do meu governo e do presidente Lula foi investir na educação. Todo investimento que nós fizemos, criar novas universidades federais, aumentar número de campus nas universidades já criadas, o Ciência Sem Fronteias, tudo isso está correndo imenso risco. Até mesmo o Prouni e o Fies”, ressaltou.
Uma prova que essas conquistas estão ameaçadas, segundo Dilma, é a proposta de Emenda Constitucional apresentada pelo golpista Temer de redução de gastos que retira o índice mínimo de investimento em saúde e educação.
Saudando o ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula e professor do departamento de física da UFPE, Sérgio Rezende, presente ao evento, a presidenta destacou que o MCTI foi “uma das maiores conquistas do último tempo do governo brasileiro” e que hoje, depois do golpe, “praticamente virou uma secretaria, perdeu centralidade porque perdeu prioridade dentro do Palácio do Planalto, dentro da Esplanada dos Ministérios”.
A presidenta também falou do ataque dos golpistas ao pré-sal. “Mudar as condições de partilha na exploração do petróleo é muito desagradável, para não dizer que é um roubo”, disse.
E afirmou que a “corrupção no Brasil é fruto de uma ideologia patrimonialista que confunde o privado com o público” e que o argumento de que privatizar as empresas públicas acabaria com a corrupção “é o maior engodo”.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias