Rede “Você Não Está Só” oferece suporte às vítimas de violência

Secretarias do PT se uniram e criaram uma frente que dará suporte jurídico e social às vítimas de violência. Um telefone para contato foi disponibilizado. Conheça a rede.

O discurso de ódio, contra o “politicamente correto”, eivado de ideias racistas, homofóbicas e misóginas incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro tem gerado aumento da violência no país, principalmente contra mulheres, negros e contra a população LGBT.

As mortes do mestre Moa, Charlione e outros tantos casos de violência são exemplos de como o discurso de ódio da ultra-direita já impacta diretamente a sociedade brasileira. Com o objetivo de enfrentar esse novo período e dar suporte as vítimas de violência, as secretarias do Partido dos Trabalhadores se uniram e criaram a Rede Democrática de Proteção Solidária.

Nomeada de “Você Não Está Só”, as vítimas de violência podem entrar em contato através do telefone (61) 3213-1320 para receberem atendimento e o encaminhamento para o suporte jurídico para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Também serão realizadas campanhas informativas para auxiliar as pessoas que buscam atendimento em suas regiões.

“Você Não Está Só”

A escolha do nome “Você Não Está Só” foi baseada no discurso do ex-candidato à presidência, Fernando Haddad, ao final do segundo turno, e tem como propósito passar a mensagem de apoio a todos e todas que se sentem ameaçados pelas possíveis consequências dos discursos de ódio do presidente eleito.

A Secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Karolyne explica a criação da rede. “Ela surgiu por conta dos ataques que a nossa militância estava sofrendo antes, durante e depois da eleição e com esse instrumento esperamos salvar vidas nesse momento de tanta intolerância, ódio e desrespeito, e é também a forma do Partido mostrar que um vai segurar a mão do outro e dizer que a militância não está só”.

A rede de proteção foi aprovada pela Executiva Nacional do PT por unanimidade durante a reunião do Diretório Nacional do Partido em 30 de novembro.

Anne esclarece que, apesar da ideia da rede ser uma iniciativa das Secretarias do PT, eles também possuem como proposta fazer parcerias com outras frentes, redes e organizações que possuem os mesmos objetivos para que possam, juntas, garantir proteção social as manifestações e aos direitos de cada indivíduo .

Para o Secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT, Martvs Chagas, o principal objetivo da criação da rede “Você Não Está Só” é “fazer com que militantes e ativistas sociais de todo o Brasil possam se sentir mais seguros dentro dessa onda de violência política que se acentuou durante o processo eleitoral em que pessoas perderam a vida por suas opções ideológicas”.

Ele atenta também para o fato de que “vivemos em um país democrático, portanto é um país em que se deve valorizar a vida e essa violência não pode ser tolerada”.

Segundo o Secretário Nacional da Juventude do PT, Ronald Sorriso, “as mortes de Mestre Moa e Charlione, os ataques a espaços LGBTs e as ameaças as feministas nas redes sociais foram motivação para propor conjuntamente, na reunião da executiva nacional, esta rede de proteção solidária. Era preciso pôr em prática o discurso do Professor Fernando Haddad sobre não estarmos sós, para podermos lutar sem medo”.

O Secretário Nacional de Movimentos Populares do PT, Ivan Alex, reafirma que a escolha do nome “Você Não Está Só” não é apenas uma mensagem de apoio, mas sim uma ferramenta de garantia de proteção e segurança para que as pessoas possam viver suas vidas livremente e terem seus direitos assegurados.

A Secretária Nacional LGBT, Janaína Oliveira, garante que a criação desse instrumento de combate a violência é de extrema necessidade para o momento em que o país se encontra. “O importante é que ninguém se sinta só, e que as pessoas saibam que tem outras pessoas ao seu lado nessa grande rede de proteção”.

Coordenada pelas Secretarias Setoriais do PT, ela será estabelecida na Sede Nacional do PT em Brasília. O atendimento a professores que forem ameaçados também está garantido na Rede de Proteção.

“Ninguém solta a mão de ninguém. Não vamos voltar para o armário. Nosso sobrenome é resistência. Lutaremos por nossos direitos”, finalizou Janaína.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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