Reginaldo Lopes: A caravana de Lula é a caravana da democracia em MG
A caravana percorrerá ao todo sete regiões mineiras em uma agenda cheia de assuntos, eventos e encontros; cheia de compromissos com o povo
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Lula chegará a Minas Gerais na próxima segunda-feira (23), para a continuidade de sua caravana pelo país. A terra da liberdade irá receber uma liderança popular que jamais vacilou em defesa da democracia. Enquanto muitas outras, por vezes, escolheram caminhos mais convenientes paras suas trajetórias políticas, Lula sempre optou pela democracia, e foi quem mais a pôs em prática.
Foi preso, em 1980, por defendê-la e por organizar os trabalhadores do ABC paulista na luta por melhores salários em uma ditadura militar. Ao ser libertado, fundou o maior partido de esquerda da América do Sul e iniciou uma longa caminhada para fortalecê-lo. Perdeu três eleições presidenciais para, enfim, vencer e transformar o país para melhor. Soube esperar a sua hora, para legitimamente, governar; o que deveria servir de lição para outras lideranças políticas, inclusive de Minas Gerais, infelizmente.
O projeto político que Lula lidera- de inclusão e de oportunidade- foi vítima de um golpe que resultou em um (des)governo que acaba com direitos trabalhistas e previdenciários, desmonta a educação, vende as riquezas nacionais e representa uma das maiores desmoralizações da história brasileira. Não conseguiram o derrotar na urna, na democracia, apenas nos conchavos, nas tramoias, “no grande acordo nacional”. E mesmo com toda campanha negativa diária pela mídia, Lula não só resiste, como avança em todas as pesquisas eleitorais.
Isso porque Lula representa o que há de mais democrático na política brasileira. A democracia em sua essência; a possibilidade de alguém que veio da pobreza se organizar e governar olhando pra quem mais precisa. Como o que combate a democracia é o golpe, essa foi a maneira de tentar derrotar Lula. Ele enfrenta de peito aberto e nas ruas uma caçada que visa tirar do povo a possibilidade de votar em um candidato realmente comprometido com a distribuição de renda e com o desenvolvimento nacional.
Lula tem muito a dizer, uma vida de lutas para contar, mas a caravana por Minas não será apenas para ele proferir seus ótimos discursos, feitos quase sempre de improviso. A caravana é para ouvir o povo. Não à toa, o nome “O Brasil que o povo quer”. Enquanto uns assaltam o poder e promovem reformas sem consultar a sociedade em nada, enquanto outros pregam a intolerância e a violência, Lula vai ao encontro do povo, vai ouvir a população.
Durante seu governo, foram criadas três universidades no estado e 16 campi universitários, expandindo a educação superior para regiões até então esquecidas por todos os governos. Os governos petistas criaram ainda 43 novas escolas técnicas em Minas Gerais. Mais de quatro milhões de mineiros foram atendidos com medicamentos gratuitos e, durante o governo Lula, foram instaladas seis mil unidades da rede Aqui Tem Farmácia Popular. Em Minas, 1,1 milhão de famílias foram beneficiadas pelo Bolsa Família, alcançando mais de quatro milhões de pessoas. Mais de um milhão de mineiros deixaram a condição de extrema pobreza.
A caravana começará por Ipatinga, no Vale do Aço, uma região fundamental para a soberania brasileira. Uma região rica, que pode ser tratada de maneira a explorar o nosso povo e enriquecer poucos ou desenvolver o nosso país como um todo. Por isso mesmo, o nome do ato é “Em Defesa da Soberania Nacional”, que ocorrerá no dia 23 de outubro. Já na terça-feira (24), o ex-presidente visitará o viveiro de mudas do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).
O destino seguinte é Governador Valadares, em um ato na Bacia do Rio Doce, para discutir com a população as consequências e os limites de uma política sem controle no campo da mineração. O meio ambiente não pode ser devastado pela ganância dos exploradores de minérios, que causaram uma tragédia ambiental sem tamanho no Rio Doce e seus afluentes. Um crime ambiental cuja punição tem sido contornada nos tribunais pela força do capital.
Ainda na terça, Lula visitará a Universidade Federal dos Vales; do Jequitinhonha e do Mucuri, em Teófilo Otoni e discursará no “Ato em Defesa da Educação”, área dilacerada pelo governo ilegítimo, graças à PEC 95, que congela investimentos por 20 anos. Ao invés de pensar em universalizar a Educação, o golpe vê a área como um gasto. Além de outros temas do médio, baixo e alto Jequitinhonha, a Educação também será assunto na quarta-feira (25), em Araçuaí e em Salinas, onde Lula visita os campi dessas cidades do Instituto Federal do Norte de Minas (IFNM).
Na sexta-feira (27), dia em que o ex-presidente completa 72 anos de idade, Montes Claros será palco de um ato pelo Desenvolvimento Regional, que tanto faz falta no pacto federativo, que garante um repasse desigual aos estados e municípios. No dia seguinte, no sábado (28), a Agricultura Familiar é tema do ato em Bocaiúva, além de outros temas relevantes para Minas e para o Brasil. No mesmo dia, a caravana vai a Diamantina para o “Ato Cultural do Alto Jequitinhonha”. No domingo (29), ainda na cidade de Juscelino Kubistchek -outra importante liderança democrática de nossa história- haverá uma reunião com reitores de Universidades e Institutos Federais na UFVJM. Em seguida, Lula irá para Cordisburgo, penúltima parada da caravana, onde será recepcionado pela Folia de Reis e Congada e visitará o Museu Casa Guimarães Rosa. Lá o escritor escreveu o “Grande Sertão Veredas”, obra fundamental para que se entenda o Brasil e Minas Gerais.
Para encerrar a caravana de Lula com o povo mineiro, um grande ato em praça pública o espera em Belo Horizonte no dia 30. A caravana percorrerá ao todo sete regiões mineiras em uma agenda cheia de assuntos, eventos e encontros; cheia de compromissos com o povo. Democracia é ouvir e falar com o povo. Ao contrário de seus adversários, Lula faz a sua parte.
Reginaldo Lopes é deputado federal pelo PT-MG