Requião lembra Tancredo e chama golpistas de “canalhas”

O senador Roberto Requião (PMDB-PR), mais um defensor da democracia e da presidenta Dilma Rousseff, foi o segundo senador democrata a assumir a tribuna do plenário nesta terça-feira (20), contra o golpe.

Ele reforçou, durante sua fala, que a presidenta Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade. “Canalhas, canalhas, canalhas”, citou, ao relembrar a fala de Tancredo Neves quando Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República e retirou João Goulart em 1964.

“Razão, alma e coração: não ao impeachment. Que não mandem no Brasil os embaixadores de países poderosos e os banqueiros de interesses e lucros cada vez mais fantásticos”, disse.

“Se mesmo sem culpa essa Casa condenar a presidenta, que cada um esteja consciente do que está por vir”, completou.

Para o senador, em alguns anos, o Congresso Nacional declarará nula a sessão do impeachment da presidenta Dilma. “O que se pretende é que daqui a alguns anos se declare nula essa sessão como declaramos nula a sessão que tirou Goulart”.

Além disso, Requião atacou o relator do processo de impeachment na comissão do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), ex-governador de Minas Gerais. “Anastasia praticou a larga (as pedaladas) e lá em Minas não tinha Eduardo Cunha e nem um centrão (para contestar). A inocência deste relator é a mesma de Moura Andrade declarando vaga a Presidência.

O senador também falou sobre as intenções do vice e atual interino golpista Michel Temer (PMDB) e citou diversos retrocessos que podem recair sobre o colo dos brasileiros.

“As intenções do vice são claras e solares. (…) Se pensões e aposentadorias não mais acompanham o aumento do salário minimo, vai ser um massacre contra mais de 20 milhões de brasileiros para pagar o juros da dívida”, afirmou, ao lembrar a proposta do governo golpista de congelar, por 20 anos, os gastos de saúde e educação.

“É espantoso que algum ser humano tenha permitido tamanha barbaridade. Não será a primeira vez que os abutres caem sobre nosso País. Alimentam as contradições de classe e, em consequência, a luta de classe”.

“O povo brasileiro que provou por alguns anos o gosto da emergência social nao retornará de forma submissa à senzala”.

Da Redação da Agência PT de Notícias