Setorial de Segurança Pública do PT repudia violência da PRF

Câmara de gás, incursão punitivista e a estrutura da morte do sistema de Segurança Pública no Brasil

Ilustração: Latuff/Brasil247

O Setorial Nacional de Segurança Pública do PT, como instrumento de combate ao nazifascismo,  por uma segurança pública humana e cidadã, repudia veementemente a violência praticada contra o brasileiro Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, que foi torturado e assassinado por membros da Polícia Rodoviária Federal que, ao transformar uma viatura de polícia em uma câmara de gás, o trancaram dentro da viatura e o assassinaram por asfixia mecânica, conforme laudos periciais.

A nação tinha acabado de assistir a desastrosa operação da PM do Rio de Janeiro, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, que terminou com a morte de 23 pessoas na comunidade da Vila Cruzeiro.  Aliás, uma pergunta: por que a Polícia Rodoviária Federal foi fazer uma incursão numa comunidade se o seu trabalho por lei se refere às rodovias federais do  Brasil?

O Ministério Público do Rio de Janeiro informou a imprensa que uma investigação está sendo aberta para apurar o caso, contudo, quantos casos de violência policial no Rio de Janeiro terminaram em condenações de policiais por conta dessas operações desastrosas de alta letalidade, verdadeiras incursões punitivistas,  como foi o caso do assassinato de 28 pessoas na comunidade do Jacarezinho em 2021?

O assassinato de Genivaldo de Jesus Santos não pode ficar impune, como também não pode impune o discurso violento e golpista que advém de Brasília, que dota de poder a mente deturpada de certos indivíduos da sociedade que. por hora bradam o lema fascista que bandido bom é bandido morto, ou que apregoam golpes de estado já antecipando a sua própria derrota.

O sistema brasileiro de segurança pública urge mudanças estruturais, a engenharia da morte que institui a segurança pública no Brasil, moldada em uma herança escravocrata, que foi poluída pela mente doentia de Felinto Muller, que trouxe para o Brasil à época enquanto Ministro da Justiça de Getúlio Vargas, os arquétipos da SS e da Gestapo quando da sua visita à Alemanha Nazista, arquitetura essa que foi piorada pelo golpe de 64 que trouxe as forças de segurança pública para dentro das forças armadas e, covardemente, celebrada pela Constituinte de 88. Essa estrutura precisa de mudanças.

A proposta de programa de segurança pública do presidente Lula que está sendo produzido pelo Setorial Nacional de Segurança Pública, com a participação dos Setoriais e Secretarias Nacionais e dos estados, por sindicatos e movimentos sociais, visa não só apenas a construção de uma gestão de segurança pública humana e cidadã, mas também a desconstrução e reconstrução do atual modelo de segurança pública que vitimiza corpos pobres, pretos, periféricos, femininos, LGBTQIA+ e originários e dentre esses corpos vitimizados, há corpos policiais.

As forças armadas não podem ser fiscalizadores e a fonte de onde as policiais no Brasil tiram a sua inspiração e modelo, isso já demonstrou sua total falência há décadas e ainda assim, continua a se insistir nesse modelo falido de polícia militarizada voltada para a guerra ao inimigo.

Aliás, eis um exemplo de que mesmo uma polícia que não seja a militar mas que ainda assim continua no arcabouço ultrapassado de práticas militares, assassinou a sangue frio um brasileiro dentro de uma viatura transformada em uma câmara de gás.

A estética nazista do governo Bolsonaro não fica apenas em receber neonazistas, dentre esses a neta do ministro das Finanças de Hitler, nem no discurso nazista de Roberto Alvim, ex-ministro da Cultura, nem no fato de Bolsonaro ter dito em carta a apoiadores do maior grupo neonazista do Brasil de que o seu mandato só existe por causa deles, nem no fato de se insistir no experimento cloroquina, assassinando mais de 600 mil brasileiros em negação à vacina em detrimento a esse remédio desenvolvido durante experimentos nazistas nos campos de concentração, nem no fato de o Brasil ter hoje mais de 500 células nazistas das 80 que existia ante de 2018, não mesmo, faltava a o fetiche final da sanha fascista, transformar uma viatura de polícia em uma câmara de gás.

Membros da Polícia Rodoviária Federal, uma polícia ligada diretamente ao governo Bolsonaro, transformaram uma viatura de polícia em uma câmara de gás, fazendo com que o imaginário mundial, nos remetesse aos horrores de Auschwitz, onde prisioneiros eram executados pelos nazistas nas câmaras de gás.

Nossos mais sinceros sentimentos a todas as famílias vítimas da violência policial, nossos mais sinceros sentimentos a todas as famílias de policiais que também foram vítimas desse sistema maldito de segurança pública que ainda vigora e, nossos mais sinceros sentimentos à família do brasileiro Genivaldo de Jesus Santos, que foi torturado e brutalmente assassinado por membros da PRF.

Não iremos esmorecer ante o desafio de mudar a segurança pública do Brasil, uma segurança pública realmente humana e cidadã, antirracista, antimachista, anti-homofóbica e antifascista, essa é a nossa promessa enquanto coordenadores e coordenadoras de Segurança Pública do Partido dos Trabalhadores que contribuem para o futuro programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Setorial Nacional de Segurança Pública do PT

 

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