Sob Temer, Brasil ganha 1,5 milhão de miseráveis em 12 meses
São 14,83 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza, o que significa mais de duas vezes a população total da Bulgária
Publicado em
Em 12 meses, o Brasil ganhou 1,5 milhão de miseráveis. Sob o governo de Michel Temer, entre 2016 e 2017, a pobreza extrema aumentou 11,2%. Se antes eram 13,34 milhões de brasileiros que viviam nessa situação, no ano passado, esse número aumentou para 14,83 milhões, o que significa mais de duas vezes a população total da Bulgária. A chamada reforma trabalhista de Michel Temer seria o principal responsável pela degradação do índice.
Os números, divulgados pelo jornal “Valor Econômico” nesta quinta-feira, são referentes a um relatório elaborado pela LCA Consultores, que trabalhou com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) nesta semana.
De acordo com Cosmo Donato, consultor da LCA responsável pelo estudo, a expectativa era de que o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto em 2017 pudesse ter produzido números melhores.
Para ele, o fechamento de postos de trabalho com carteira assinada, que têm garantias trabalhistas e pisos salariais, é a razão pela qual isso não aconteceu. Assim, pode-se supor que o desmonte da legislação trabalhista posto a cabo pelo governo Temer fará com que estes números de miséria aumentem ainda mais.
Assim, o que se verifica é que, além do número de desempregados continuar muito grande – 13 milhões de pessoas –, as poucas vagas criadas são informais, “de baixa remuneração e ganho instável ao longo do tempo”. O ajuste fiscal, que desidratou o investimento público, também tem sua parcela de culpa nesse cenário.
Seguindo uma linha de corte utilizada pelo Banco Mundial, a LCA considerou em pobreza extrema os brasileiros que viviam com renda domiciliar per capita inferior a R$ 133,72 mensais em 2016 e, em valores atualizados pela inflação, com menos de R$ 136 em 2017.
O aumento da pobreza extrema se verificou em todas regiões e aconteceu apesar do ciclo de deflação dos alimentos, principal despesa entre a população mais pobre.
Os dados do IBGE já haviam mostrado, nesta quarta-feira (11), que a renda média recuou no país, mas em menor proporção que os rendimentos daqueles que estão na base da pirâmide social. Os 5% mais pobres da população tiveram rendimento médio real de R$ 40 por mês em 2017, uma queda de 18%, na comparação com 2016, quando era de R$ 49. Já para o 1% mais rico, o rendimento médio encolheu menos, 2,3%.
Durante os governos do PT, as notícias sobre pobreza e desigualdade eram bem diferentes. Os dados mostram que, entre 2002 e 2014 – período que inclui as gestões de Lula e o primeiro mandato de Dilma –, 36 milhões de brasileiros saíram da situação de extrema pobreza.
Hoje, depois do impeachment, Michel Temer e o até semana passada Ministro da Fazenda Henrique Meirelles celebraram com pompa e circunstância o pífio crescimento do PIB, que chamam de retomada do crescimento. Creem que isso, que consideram “bons resultados” da economia, lhes credencia para chegar ao Palácio do Planalto – desta vez pelo voto. Apesar do aumento da desigualdade e da pobreza, dizem que colocaram o país nos trilhos.
Da Agência PT de Notícias, com informações do Valor e Portal Vermelho