Stédile defende Frente Ampla de Salvação Nacional
MST recebe o ex-presidente em seu acampamento na quarta (21). No mesmo dia, Lula lança em BH a sua pré-candidatura
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O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, é categórico: “é preciso articular todas as classes sociais em torno de um projeto de país.” Stédile afirmou isso em uma coletiva de imprensa em Belo Horizonte, nesta sexta (16), que anuncia a visita do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva a uma das áreas do movimento. Lula vai até o acampamento “Maria da Conceição” em Itatiauçu, na tarde de quarta (21).
Para Stédile, o apoio à candidatura de Lula significa uma defesa da democracia em si e a sua condenação – sem provas – contraria a própria Constituição Federal. “O primeiro artigo da Constituição diz ‘todo poder emana do povo’, e não que ‘todo poder emana do STF’”, brinca. Ele critica a atual concentração de poder nas mãos dos órgãos da Justiça, mais especificamente, no caso da condenação da Lula, do Supremo Tribunal Federal.
Na reorganização de um grupo político para se contrapor ao bloco golpista, Stédile inicia a defesa de uma frente ampla que reverbere sua força no Congresso Nacional. “Nós da Frente Brasil Popular cumprimos o papel de dar unidade aos movimentos do nosso campo. Lá no Congresso é urgente criar uma frente mais ampla, chamar CNBB, igrejas cristãs, todas as formas de expressão da sociedade, os partidos”, diz, “articular todas as classes sociais em torno de um projeto de país. Banqueiros e capital estrangeiro não querem um país, eles estão fora. Agora, quem quer desenvolver o país, senta na mesa. E o Lula é o único que pode articular esse espírito.” explica dirigente.
Na contramão dessa expectativa, que é a anulação da candidatura de Lula, João Pedro não hesita. “Se o Lula não for candidato, não tem plano B, nem C, nem D. Esse país entra em um caos de ilegalidade.”
O MST afirma que o convite é uma ação de solidariedade com o ex-presidente e que pretende reunir 5 mil pessoas vindas de 30 cidades da Região Metropolitana de BH. A atividade é organizada pelas articulações “Quem Luta Educa” e “Frente Brasil Popular.” No mesmo dia (21) Lula faz o primeiro lançamento de sua pré-candidatura, em Belo Horizonte, às 18h, no Expominas (Avenida Amazonas, 6200).
19 de fevereiro: Dia Nacional de Lutas
Organizações populares marcam para a próxima semana uma série de protestos contra a Reforma da Previdência. O dia mais forte deve ser a segunda (19), em que a Frente Brasil Popular está marcando atos nas capitais dos estados. Mesmo com a votação da reforma adiada, o dirigente do MST afirma que os protestos estão mantidos e são necessários para demonstrar a insatisfação popular com a PEC 287.
“Acredito que na maioria das capitais haverá manifestações contra os bancos. No fundo, o interesse [em aprovar a reforma da] previdência nem é dos partidos políticos. Os deputados são ‘paus mandados’, financiados pelos bancos. Os bancos querem a Reforma da Previdência não porque ela é deficitária, mas porque eles querem introduzir a previdência privada no país”, defende Stédile.