SUS quer duplicar capacidade de transplante de medula

O Ministério prevê a ampliação do serviço sobretudo no Norte e Nordeste, onde não existe nenhum hospital credenciado para esse tipo de transplante

O Ministério da Saúde pretende dobrar a capacidade de transplante de medula óssea no Brasil, sobretudo o alogênico – quando doador e receptor são pessoas diferentes.

“Se um médico não conseguir vaga para internar o paciente naquela semana, vamos remover esse paciente para um lugar onde haja vaga e assim aumentar a velocidade de progressão na lista desses pacientes”, disse o coordenador-geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Heder Murari Borba, no 28º Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, em Belo Horizonte (MG), que termina no domingo (17).

Borba explicou que o esforço do país, nos últimos dez anos, foi o de constituir o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) – mapas genéticos de doadores voluntários, quando não há doador na família, que é hoje o maior do mundo, com 3,4 milhões de registros. “Agora não temos mais dificuldades de encontrar doadores, a dificuldade é alocar os potenciais receptores para fazer o transplante”, comentou ele, que não divulgou os valores dos aportes financeiros. “Não estou autorizado, mas o que há é a decisão política de ampliação”, garantiu.

O Ministério prevê a ampliação do serviço sobretudo no Norte e Nordeste, onde não existe nenhum hospital credenciado para esse tipo de transplante. Nas demais regiões a ideia é ampliar os leitos e equipes nos hospitais credenciados já existentes. Ao todo 70 hospitais oferecem transplante de medula do tipo autólogo, quando o paciente é o próprio doador, e 29 unidades são credenciadas para transplantes alogênicos, entre pessoas que não são parentes, que é o mais complexo.

 

Leitos – “Não há sentido ter mais de 3 milhões de doadores voluntários se não há como atender a demanda”, disse a presidenta da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, Lúcia Silla.

Lúcia lembrou que devido ao acúmulo de pacientes que precisam de transplante não aparentado, o transplante aparentado, que é  mais simples está sendo prejudicado. A médica concorda que a construção de um centro de transplantes de medula alogênica, não aparentada, no Nordeste é necessária, mas enfatizou que não se deve pulverizar os recursos em novos centros e sim fortalecer os já existentes. “Esse tipo de transplante é muito complexo, pois as chances de rejeição são bem maiores, por isso requer uma estrutura hospitalar de última geração para o diagnóstico, além dos remédios para combater infecções virais complicadas”, explicou ela.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Agência Brasil

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