Temer direciona verbas de trabalhadores rurais para patrões
Decreto do golpista destina 5% do orçamento do Senar, entidade destinada a qualificação do trabalhador rural, para entidades patronais
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Não bastou o governo ilegítimo de Temer acabar com o imposto sindical através da aprovação da reforma trabalhista, ele resolveu cortar os cursos dos trabalhadores agrícolas. Um decreto do golpista passou a destinar recursos da qualificação dos trabalhadores rurais, ligados à entidade do setor agrícola do Sistema S, o Senar, para as associações de classe patronais.
O Sistema S começou a ser organizado em 1942 para oferecer uma rede de cursos para melhorar a produtividade da mão-de-obra e serviços culturais e de lazer com financiamento garantido, mas sem depender da gestão pública. O sistema é constituído por nove entidades: Senar, Sesi, Sesc, Senai, Sebrae, Senac, Senat, Sest e Sescoop.
Com mais esse golpe no trabalhador, Temer instituiu que o Senar deverá repassar até 5% do orçamento para o financiamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entidade patronal, e outros 5% para as federações estaduais. Em outros palavras, o golpista mais uma vez repassar a conta do golpe aos trabalhadores brasileiros, já tão afetados pela reforma trabalhista.
Segundo informações do jornal Estadão, a Receita Federal informou que o Senar recebeu R$ 829,1 milhões no ano passado. Em 2017, a maior despesa do Senar foi o programa de qualificação profissional do trabalhador, que recebeu R$ 73,3 milhões.
O repasse de recursos já existia em outros setores, o Sesi transfere 4% e o Senai 2% para Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sesc e Senac repassam 6% para a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e o Senat e Sest enviam 10% para a Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Em entrevista ao Estadão, o Diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto Queiroz, criticou a transferência de verbas de cursos dos trabalhadores.“Os recursos têm que ser aplicados no sistema em favor de trabalhadores e não para favorecer as patronais”, aponta.
Queiroz criticou ainda o fato da reforma trabalhista ter acabado com o imposto sindical, mas mantido uma receita equivalente para empregadores, com aporte maior com transferência de recursos do Sistema S.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Estadão