“Temos um desmonte da educação pública”, diz Vanda Santana
A secretária-geral da APP-Sindicato falou sobre a organização sindical na educação pública e defendeu o direito a liberdade do ex-presidente Lula
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O programa Democracia em Rede que aconteceu nesta quarta-feira (18), tratou da organização sindical na educação pública. A Emenda Constitucional 95, que congela por 20 anos os gastos públicos com educação, foi duramente criticada pela vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marley Fernandes. “A educação pública não vai conseguir manter a estrutura que tem hoje. A educação pública está sendo atacada em todo o País. Estamos numa disputa de projetos nesse momento”, afirmou.
A prisão política de Lula tem tudo a ver com essa disputa de projetos para nosso país, apontou Marley Fernandes. “Lula está preso sem provas pois representa o projeto de sociedade que defendemos. A direita, que não tem votos para impor seu projeto, busca artimanhas autoritárias”, analisou.
Marley também falou sobre os 100 anos do nascimento de Nelson Mandela, a comparação entre ele e Lula foi inevitável. “Falar em Mandela é fazer referência a aquele que está preso injustamente aqui em Curitiba. Lula hoje é hashtag mundial, é a expressão dos mais necessitados, dos que lutam por justiça”.
O Democracia em Rede é produzido e transmitido pela Casa da Democracia, coletivo de midiativistas que integra a Vigília Lula Livre. As quartas feiras são destinadas a temas sindicais. O programa de hoje foi apresentado pelo secretário geral da CUT-PR, Márcio Kieller, com a participação da secretária geral da APP-Sindicato, Vanda Santana, que representa os professores da rede pública estadual do Paraná.
A reforma do ensino médio foi outro tema debatido no Democracia em Rede. Vanda Santana lamentou a desconstrução do Plano Nacional de Educação, aprovado em 2014. “O que temos agora é o desmonte da educação pública, com um novo modelo para a educação do País”, comentou.
Depois da restrição orçamentária, o ataque à educação pública segue com a reforma do ensino médio, disse Vanda. “A reforma que querem praticamente acaba com o ensino médio público. A ideia é que estudará no ensino médio quem puder. Quem não puder que vá para o trabalho precarizado viabilizado pela reforma trabalhista”, disse.
Vanda condenou a redução do número de aulas e de disciplinas no curriculum do ensino médio, com o fim de aulas de Filosofia, Artes e Sociologia. “O conhecimento nessas áreas vai ficar apenas para os que podem pagar e estudarão em escolas privadas”, explicou.
Por Luís Lomba, da Redação da Agência PT de Notícias