“Temos votos para derrotar o golpe”, garante líder do governo

José Guimarães agradece apoio dos partidos de oposição que defendem a democracia e diz que acusação é insustentável

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou neste domingo (17) que as “ruas estão majoritariamente contra o golpe” e que há votos suficientes para derrotar a tentativa de golpe para retirar do cargo a presidenta, Dilma Rousseff. “O país está comprometido com a democracia e com a liberdade democrática”, afirmou.

Guimarães lembrou que a maior parte das intervenções dos deputados a favor do impeachment não mencionou o relatório de Jovair Arantes (PTB-GO), porque a acusação é juridicamente insustentável. “Este relatório está fadado a apontar um caminho que é um golpe na democracia brasileira”, disse. “É portanto um caminho que não é o caminho que encontra a saída para a crise que o país está vivendo. O que estamos assistindo é uma tentativa daqueles que não foram eleitos por voto popular chegar ao poder sem voto.”

O líder do governo criticou a conduta do vice-presidente, Michel Temer, de articular o golpe. “Não posso aceitar que o vice-presidente a República capitaneie esse processo, porque o papel do vive não é ficar na caderia articulando para assumir a Presidência”, afirmou.

José Guimarães disse que os decretos que motivaram as acusações contra Dilma também foram assinados por Temer e que a crise ética atinge a toda a política brasileira. “Vamos cassar todos? Tem crise ética maior do que a que está instaurada dentro do Congresso Brasileiro? Se a agente quer passar o país a limpo, primeiro tem que passar o Congresso a limpo, a Câmara dos Deputados”, disse.

No ponto alto de seu discurso, Guimarães olhou para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e cobrou sua motivação pessoal para receber o processo. “Num momento como este, não posso deixar, Eduardo Cunha, olhando para o senhor vossa excelência não poderia ter feito isso. Sabe por quê? Porque ficou caracterizado como um ato de vingança, e o Parlamento não merece isso”, afirmou.

Por fim, o líder do governo agradeceu aos integrantes dos partidos de oposição que votaram pela democracia, como o PSOL e a REDE, e questionou a saída para a crise que a oposição golpista quer para o Brasil.

“Querem tirar do governo uma mulher honesta? O ódio de alguns não pode contaminar a consciência coletiva. Ela não merece ser cassada por ninguém, a não ser pelo voto popular em 2018. Esperam as eleições de 2018”, afirmou. “Será que a saída é entregar o país ao vice-presidente Michel Temer? O país está mobilizado para dizer não a esse caminho.”

Da Redação da Agência PT de Notícias

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