Tentativa de golpe contra Dilma não tem apoio das ruas e nem de governadores
Processo não obteve respaldo das mobilizações convocadas no fim de semana; até governador tucano alegou “respeito às urnas” para defender Dilma
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A imprensa registrou no fim de semana praticamente quase nenhuma adesão das ruas e de executivos estaduais ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, cujo pedido tramita desde quinta-feira (3) no Congresso Nacional por deliberação do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Três manifestações convocadas em apoio ao processo reuniram cerca de 380 pessoas no Rio. Uma delas só tinha dois manifestantes, registrou o jornal “O Estado de São Paulo”.
Uma segunda, na praia do Leblon, teve início com dez participantes e terminou com 364; e uma terceira, na Barra da Tijuca, tinha “pouco mais de dez” manifestantes, contou a reportagem.
Quinze governadores declararam-se contra a abertura de processo e outros sete mantiveram-se neutros, contabilizou reportagem da edição eletrônica da “Folha de S. Paulo”, publicada nesta segunda-feira (7).
Só um entre os 27 governadores, segundo o jornal, declarou-se favorável: Pedro Taques, do Mato Grosso (PSDB-MT). Ele é o único entre os cinco da própria oposição tucana a declarar apoio ao processo de impeachment.
Seus correligionários Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Beto Richa (Paraná), Simão Jatene (Pará), Marconi Perillo (Goiás) e Reinaldo Azambuja (MS) não declararam apoio à iniciativa de Cunha. Confúncio Moura (PMDB-Rondônia) e Suely Campos (PP-Roraima) não se pronunciaram.
Pronunciamento de Richa foi uma indiscutível sinalização de apoio à presidenta: “Ninguém é a favor ou tem o prazer de defender o afastamento” da presidenta, “até porque somos democráticos e respeitamos os resultados das urnas.”
E outro governador, Flávio Dino (PCdoB-Maranhão), criou e anunciou, no Rio de Janeiro, ao lado dos ex-ministros Ciro Gomes e Carlos Luppi (presidente do PDT), movimento de mobilização nacional para combater o pedido de impedimento da presidenta, batizado “Golpe nunca mais”.
No Nordeste, a defesa da permanência de Dilma é quase uma unanimidade: oito dos nove governadores já haviam subscrito, na quinta-feira, documento pela manutenção da presidenta.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias