Trabalhadores se mobilizam contra a terceirização
Foram registrados atos nos aeroportos de Brasília, Salvador, Recife, Rondônia e Porto Alegre. No Twitter, #PrecarizaNão chegou aos Trending Topics
Publicado em
Diversos movimentos sociais saíram às ruas desde a madrugada desta quarta-feira (22) contra o Projeto de Lei 4330, que regulamenta e amplia a terceirização. O plenário da Câmara dos Deputados deve retomar, também nesta quarta, a análise dos destaques e das emendas apresentadas ao texto. O projeto teve o texto-base aprovado no dia 8 de abril.
As mobilizações começaram desde às 05h em aeroportos, estações de trem e terminais de ônibus de quatro estados brasileiros. Os manifestantes marcaram presença nos aeroportos de Brasília (DF), Salvador (BA), Recife (PE), Rondônia (RO) e Porto Alegre (RS) com o intuito de pressionar os deputados.
No Twitter, a hashtag #PrecarizaNão, criada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), alcançou os primeiros lugares nos Trending Topics pela manhã. A mobilização nas redes sociais continuará durante todo o dia.
De acordo com o presidente da CUT em Brasília, Rodrigo Brito, os trabalhadores continuarão mobilizados e irão ao Congresso Nacional sempre que necessário para tentar impedir a aprovação do PL 4330.
“Devemos enfrentar firmemente os ladrões de direitos para o bem desta e das futuras gerações de trabalhadores”, afirmou Britto.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) acusa a oposição e as entidades patronais de fazerem propaganda enganosa e teme pela juventude. Para a parlamentar, a aprovação do texto pode garantir um futuro incerto em relação aos direitos dos jovens trabalhadores.
“Vai se consolidar uma tendência de não se ter direitos assegurados. O projeto não vai criar empregos, pelo contrário, as empresas vão demitir em massa para contratar pessoas com salários menores e direitos a menos”, criticou deputada.
Batalha – Segundo Maria do Rosário, o projeto que trata da terceirização compromete o futuro do Brasil e dos trabalhadores. Para ela, o texto não deve ser aprovado.
“Está havendo uma bela mobilização dos trabalhadores em todo o País, das centrais sindicais e dos movimentos sociais de base”, destacou a deputada.
Rosário lamentou a mobilização da maioria da Câmara para colocar em pauta posições atrasadas, que regridem direitos conquistados com muita dificuldade pelos trabalhadores.
Caso o projeto seja aprovado na Câmara, a deputada disse acreditar no posicionamento o presidente do Senado, Renan Calheiros, de barrar o projeto. Caso o texto seja aprovado, Rosário aposta no veto da presidenta Dilma Rousseff.
“Espero que ele barre e colabore para não deixar avançar a proposta. Acredito também na responsabilidade da presidenta de vetar integralmente o projeto”, afirmou Rosário.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias