‘Traidores’: políticos a favor do impeachment são hostilizados

“Escrache um golpista” é o nome da ação convocada pelo Levante Popular da Juventude em todo o país: “Dia 21 de abril, dia do assassinado do líder da Inconfidência Mineira, Tiradentes, que foi traído por um de seus aliados na luta, Joaquim Silvério. Para marcar o dia 21 deste ano, pedimos que vocês façam escrachos em todo o Brasil aos traidores atuais! Traidores do povo! Traidores da Democracia. Aos 367 deputados que votaram a favor do golpe, a favor do impeachment“. Os protestos continuam indefinidamente.

No sábado (7), movimentos populares protestaram contra o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) na porta de sua casa. “O senador se aliou a Dilma em sua campanha para angariar votos e hoje trai a presidenta se aliando aos que querem derrubá-la”, justificam os manifestantes. Veja como foi: 

Chegando no Piauí, o senador Elmano Férrer (PTB-PI) recebeu o escracho na porta do aeroporto, neste sábado (30).

Na tarde de 29 de abril, a manifestação aconteceu na frente do prédio onde mora o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA), na Doca de Souza Franco, em Belém. Entre aqueles que votaram pelo impeachment, este parlamentar se destacou no no dia 17 de abril depois de falar na tribuna embrulhado na bandeira do Pará e soltar um rojão de confetes após anunciar seu voto.

Costa também ficou famoso, em janeiro de 2016, quando a Justiça bloqueou seus bens. Ele é acusado de desviar recursos públicos a partir de um convênio fechado entre sua ONG e a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel). Seu nome está entre aqueles que mais faltam às sessões. Em 2015, de um total de 125, ele não participou de 105.

Do total de faltas, 93 foram justificadas por sua assessoria com atestados médicos relacionados a intervenções cirúrgicas em sua coluna vertebral. Outras 12 ausências não tiveram justificativa oficial. Em 2011, quando estava no PMDB, o paraense liderou o ranking de campeão de faltas sem justificativa. Foram 29 de um total de 48.

Segundo o Levante Popular da Juventude, Costa foi o “escrachado do dia” porque “é acusado de crime de peculato. A manobra consistia em arquitetar um esquema no qual 3 ASSESSORES PARLAMENTARES FANTASMAS trabalhariam para ele em seu escritório em Belém. A totalidade dos salários dos supostos assessores era sacada das contas pelo irmão do deputado, Wlaudecir Antônio da Costa Rabelo, que depositava, religiosamente, o dinheiro desviado na conta de Wlad. O Golpe teria rendido R$ 210.400,00 ao parlamentar”. Os manifestantes citam também o caso de corrupção envolvendo sua ONG.

O Levante Popular da Juventude fez na noite de 27 de abril mais um escracho contra um golpista. A casa do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) recebeu a visita do grupo, que deixou lembranças na entrada do condomínio de luxo, no centro histórico do Recife.

Em Brasília, Cássio Cunha e Tiririca

O líder do PSDB no Senado e um dos defensores do impeachment, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), foi hostilizado no aeroporto de Brasília, sendo chamado de corrupto e “cassado” – em 2008, teve seu mandato cassado por compra de votos.

O deputado Tiririca também foi alvo de protestos. Assista:

Na Paraíba, Benjamim Maranhão

Na manhã de sexta-feira (22), integrantes do Levante Popular da Juventude da Paraíba e outros movimentos estudantis foram para a frente do prédio onde mora o deputado paraibano Benjamin Maranhão (SD), que votou a favor do impeachment. Assista:

Golpistas não passarão

No dia seguinte à votação na Câmara, o deputado Vitor Valim (PMDB-CE) foi escrachado no aeroporto aos gritos de golpista. Esta é a segunda vez que Valim recebe protestos. A primeira aconteceu em 8 de abril:

Fascistas, golpistas, não passarão!
Em Santa Catarina, estudantes confrontaram o deputado Esperidião Amin (PP-SC), na segunda-feira (25), em frente à Assembleia Legislativa. 

Dia 21 de abril, feriado em que o Brasil lembra a morte de Tiradentes e a traição de Joaquim Silvério, foi data escolhida pelos manifestantes para inciar uma série de escrachos contra deputados que disseram“sim” ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

O primeiro dos escrachados foi o vice-presidente Michel Temer. Depois da manifestação na porta da sua casa, em São Paulo, ele decidiu regressar a Brasília. Veja como foi:

Em Aracaju (SE), também houve protesto:

Nas redes sociais, circulou o meme #TemerSilverioDosReis.

Da Redação da Agência PT de Notícias