“Um partido forte como o PT não pode ser refém do pensamento único da mídia”, diz Falcão
Em entrevista exclusiva à Agência PT de Notícias, o presidente Rui Falcão defende o uso das novas mídias no combate às mentiras lançadas contra o governo e o partido
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Com a realização, há duas semanas, do Camping Digital, em São Paulo, o PT demonstrou que pretende cada vez mais apostar nas mídias digitais. No centro dessa estratégia está a decisão da Executiva Nacional do partido em investir em treinamento de dirigentes e militantes, e não apenas para as eleições que se avizinham.
Em entrevista exclusiva à Agência PT de Notícias, o presidente do partido, Rui Falcão, que também é jornalista, garante que o uso ostensivo dessas novas mídias será uma forma de o PT também combater mentiras lançadas contra o governo e o partido. Falcão observa que, atualmente, a internet passou a ser um bem comum a quase todos os brasileiros, graças ao esforço do governo federal em tornar o Brasil um dos países mais conectados do mundo.
O presidente do PT aponta, ainda, a necessidade de se utilizar essa comunicação de rede durante as eleições de outubro. Uma forma, segundo ele, de esclarecer e defender os projetos do partido e dar visibilidade às ações do governo federal.
AGÊNCIA PT – Nos últimos anos, o PT vem investindo em novas formas de comunicação, como a criação, agora, da Agência PT. Isso demonstra que o partido pretende mudar as estratégias de atuação no setor?
RUI FALCÃO – Assumimos que a questão da comunicação será uma das prioridades do partido para fazermos frente a avalanche de mentiras assacadas diariamente contra nós. Só investindo pesado em novas formas de comunicar nós conseguiremos debelar essa investida cruel.
AGPT – O partido está mobilizando sua militância para aderir às novas mídias. Um exemplo disso foi o Camping Digital, realizado no interior de São Paulo. Qual o objetivo de implantar os meios digitais? Trata-se de modernizar a relação com a militância?
RUI – O Brasil vem se tornando um dos países mais conectados do mundo. Isso é fruto de investimentos maciços do governo federal e da melhoria da renda do trabalhador. Temos observado o crescimento avassalador das redes sociais e, como somos um partido de militantes e muitos deles conectados nas redes, apoiamos sempre as iniciativas que visam integrar os petistas. O Camping Digital foi uma bela iniciativa que veio para somar.
AGPT – Assim como tem sido feito na página oficial do PT no Facebook, existe uma demanda permanente em esclarecer boatos e mentiras a respeito dos mais diversos assuntos ligados ao partido. Os meios digitais podem ajudar na defesa do PT contra ataques nas redes sociais e na mídia?
RUI – Sem dúvida. Com a capilaridade adquirida pelos meios digitais do PT, nenhuma mentira, invenção, boato ou calúnia fica sem resposta imediata. Hoje, dialogamos em tempo real com centenas de milhares de petistas e simpatizantes, coisa que há tempos passados não conseguíamos.
AGPT – Como a militância do PT deve atuar no mundo digital a favor do partido?
RUI – Sempre de cabeça erguida e sem máscaras. Temos um legado de lutas e conquistas junto à população brasileira, notadamente com os que foram excluídos ao longo da história. Nossa militância se orgulha do PT e o defende de cara limpa.
AGPT – Há intenção de aumentar o ativismo digital dentro do PT?
RUI – Nossa página no Facebook e nosso Twitter são os que detêm a maior interação com os internautas entre todos os partidos políticos brasileiros. Nossa meta é continuar crescendo, inclusive para atingir aquela parte da população que normalmente não participa das discussões políticas, mas é bombardeada com mentiras, cotidianamente.
AGPT – A democratização da informação e a regulação da mídia estão na pauta do PT?
RUI – O PT sempre lutou e continuará lutando por uma verdadeira democratização da comunicação no Brasil. Achamos que essa questão, mais dia ou menos, dia será regulamentada no País.
AGPT – Como o PT pretende atuar nas redes sociais durante a campanha eleitoral, a partir de julho?
RUI – Divulgando as ações do governo federal, que são inúmeras, e dos governos estaduais e municipais do partido. Vamos estimular a militância a ir para as ruas e para as redes defender nosso projeto político.
AGPT – Qual é o principal reflexo que se espera com o novo portal e com a Agência PT para a gestão da comunicação do partido?
RUI – Que a Agência PT produza pautas que mostrem o outro lado da notícia. Não dá para um partido forte como o nosso ser refém do pensamento único ditado pelo monopólio da mídia.
AGPT – Do ponto de vista político, qual a estratégia do PT para dialogar melhor com os jovens durante a campanha?
RUI – O trabalho com a juventude sempre será prioridade para nós. Temos a convicção na vitória da nossa companheira Dilma e sabemos que a juventude terá um papel preponderante nesta campanha eleitoral.
AGPT – Existe algum projeto para aumentar o número de candidatos petistas com menos de 30 anos e atrair filiados nessa faixa etária?
RUI – Estamos elaborando junto com a Juventude do PT uma campanha de filiação voltada para os jovens, assim como estamos apoiando firmemente o alistamento eleitoral dos jovens de 16 anos.
AGPT – E as mulheres? Hoje elas ocupam apenas a cota mínima de candidatas. O que fazer para mudar esse quadro e, de fato, inseri-las na política, com iguais condições de competir com os homens?
RUI – O nosso partido sempre esteve na vanguarda das lutas das mulheres. Somos o único partido político que aplica a paridade de gênero em todos os níveis de direção. Na nossa proposta de reforma política, defendemos que na lista fechada a ser votada haja paridade entre homens e mulheres. Só assim conseguiremos equilibrar a participação das mulheres no Parlamento, hoje em número bastante reduzido.
Por Edson Luiz e Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias