Após ato com Dilma, educadores ocupam Palácio do Planalto

Ocupação se deu pouco depois do término da cerimônia de criação de cinco novas universidades que se somam às 18 já criadas nos governos do PT

Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de anúncio de criação de novas universidades no Palácio do Planalto. (Brasília - DF, 09/05/2016) Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Cerca de 200 educadores que participaram nesta segunda-feira (9) de ato com a presidenta Dilma Rousseff para marcar a criação de cinco novas universidades vão permanecer ocupando o espaço do Palácio do Planalto usado no evento. A ocupação constitui protesto contra os ataques à Constituição e à concretização do um golpe contra Dilma pela via de um impeachment sem base jurídica.

O ato começou pela manhã e tinha como objetivo marcar a criação das universidades de Catalão e Jataí (GO), Delta do Parnaíba (PI), Araguaína e Norte do Tocantins (TO) e Rondonópolis (MT). Desde 2003, os governos Lula e Dilma criaram 18 universidades novas. Além disso, foram inaugurados outros 40 novos campi que se somam aos 562 já em funcionamento.

Ocupa Palácio

A cerimônia foi encerrada em meio às comemorações e impactos da decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular o processo de impeachment, acolhendo recurso da Advocacia-Geral da União (AGU). A notícia circulou enquanto o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, discursava. Em seguida, durante o discurso da presidenta Dilma, os presentes já não conseguiam conter as comemorações e gritavam “não vai ter golpe, vai ter luta” e “não passarão!”.

“Golpe quente é o golpe armado, golpe frio é o que precisa usar instrumentos aparentemente legais para tirar um presidente democraticamente eleito”, afirmou Dilma, citando que as acusações contra ela são por práticas que outros presidentes cometeram e que só virou crime em seu governo.

“É golpe porque não tinham outros argumentos para me tirar, estou sendo vítima de um golpe. Vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas. Só vamos perceber o que está em jogo se olharmos o todo. As coisas não se resolvem assim, vai ter muita luta, muita disputa. Minha disposição de lutar até o fim passa por ter clareza que, mais que nunca, temos que defender a democracia”, completou a presidenta.

A cerimônia marcou também a assinatura de convocação da 3ª Conferência Nacional de Educação (Conae) e da mensagem que encaminha o proejeto de lei sobre a instituição do Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação.

Além de Dilma e Mercadante, também estavam presentes as ministras Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Juca Ferreira (Cultura), Eleonora Menucucci (Mulheres), Nilma Gomes (Promoção da Igualdade Racial) e Emília Ribeiro (Ciência e Tecnologia) e deputados federais e senadores que integram a base aliada.

Em sua fala, Mercadante ressaltou a importância da aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), com 20 metas para o futuro da Educação, que já foi aprovado em 22 Estados e mais de 5.000 municípios. O ministro destacou os trabalhos para mudança curricular nas escolas, que envolveu 700 audiências públicas e 3.600 participantes, resultando, entre outros avanços, na inclusão de contéudos de história afrodescendente e indígena. Mercadante citou também o estabelecimento de uma “base nacional comum” para o ensino médio, “mais flexível e mais técnica”, e a importância do programa Bolsa Família. “Por que hoje colocamos tantas crianças na escola? Porque o Bolsa Família representa para 17 milhões de pessoas o dinheiro para a sobrevivência. O Bolsa Família é uma contribuição fundamental para a mudança na Educação”, afirmou.

Por Camilo Toscano, da Agência PT de Notícias

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