Contra Dilma, investimento em educação vira notícia negativa
No “Estadão”, ampliação de gastos com educação no governo Dilma tem números manipulados para dar impressão oposta
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A presidenta Dilma Rousseff foi responsável por um aumento nominal de 93% nos investimentos na educação, quando comparado com o último governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A informação é do jornal “O Estado de S. Paulo” e veio escondida no pé de uma matéria publicada nesta segunda-feira (26). Isso porque o jornal paulistano preferiu esconder o aumento no orçamento do setor, cerca de R$ 265 bilhões, em quatro anos. Optou por manipular as estatísticas.
Assim, o “Estadão” apresentou ao leitor uma versão na qual Dilma, no primeiro mandato, teria tido “a pior execução de orçamento desde 2001”. A publicação vai além e destaca, na linha fina da reportagem, logo abaixo do título (“Em 4 anos de Dilma, MEC teve a pior execução do orçamento, desde 2001”), uma ilação: o desempenho da presidenta teria sido pior que o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e faz uma média do tucano dos “dois anos finais”.
Quem se aventurou até o fim do texto, no entanto, foi surpreendido pela verdade: o desempenho em execução do orçamento só foi menor nos dois últimos anos de FHC. A verdade é que o investimento em educação, durante o primeiro mandato de Dilma, passou de R$ 33,53 bilhões, em 2001, corrigidos pela inflação, para R$ 101,4 bilhões, em 2014.
Outra boa notícia que a publicação preferiu esconder foi a de que, no governo Dilma, pela primeira vez, a proporção do investimento em educação passou a representar mais de 5% do orçamento previsto e também do gasto. Entre os motivos apresentados pelas fontes ouvidas para queda na execução do orçamento, estão outro ponto fraco de FHC: as obras fundamentais para a expansão do ensino no Brasil.
Os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma são responsáveis pelo Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais. “O nível de investimentos, além do custeio, foi se intensificando, sobretudo nas obras das universidades federais”, afirmou, ao jornal, o professor Nelson Amaral, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Por Tiago Falqueiro, da Agência PT de Notícias