CPI blinda tesoureiros de outros partidos, afirmam petistas

Para a deputados do PT, há interesses na criminalização do PT com o objetivo de cassar o registro do partido

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Vaccari mostrou que doações ao PT foram legais e seguiram mesmo rito das efetuadas a outros partidos

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC) e a deputada Maria do Rosário (PT-RS) questionaram o por que dos tesoureiros de outros partidos, inclusive de oposição, não terem sido convocados a prestar esclarecimentos à CPI da Petrobras. A questão foi levantada nesta quinta-feira (9) durante depoimento do secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto.

Leia a íntegra da Apresentação feita por Vacarri à CPI 

“É inegável que temos uma diferença de tratamento, os (requerimentos sobre os) demais partidos foram sequer apreciados”, afirmou a parlamentar.

“O PT não deve e não teme. O partido está apresentando seus fatos e suas versões. E vocês? Por que estão blindando os demais partidos?”, indagou,

Segundo ela, outros citados, como o lobista Fernando Baiano, deveriam ser ouvidos, mas não tiveram sequer o requerimento de convocação apreciado.

“O Baiano esteve nove vezes na Câmara e, no entanto, ninguém respondeu onde ele foi, em quais gabinetes esteve, com quem ele conversou. Não conseguimos aprovar o pedido para que ele sente onde Vaccari está sentado”, lembrou.

Segundo ela, do ponto de vista político, a oposição quer criminalizar a política e desmoralizar o PT ao mesmo tempo em que tenta desqualificar a Petrobras para viabilizar sua privatização.

“Querem entregar o pré-sal e  colocar fim ao regime de partilha”, disse.

A parlamentar agradeceu a presença de Vaccari na CPI e disse ter sido muito relevante sua participação. questionou.

Sibá afirmou haver uma “rede de proteção” para evitar que o suposto operador do PMDB no esquema de corrupção, o Baiano, seja ouvido pela CPI.

Ele disse ainda que os tucanos querem incriminar o PT e as contas, aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do partido. De acordo com Sibá, o objetivo da oposição é a cassação do registro do PT.

Para ele, a CPI deve ouvir os delatores e ir atrás da ponta da raiz.

“Se houve financiamento partidário, todos os tesoureiros de todos os partidos são exatamente iguais e devem prestar depoimento. O propósito dessa comissão e investigar a corrupção na Petrobras e isso deve acontecer”, disse.

Doações legais – Durante o  depoimento, Vaccari reafirmou que as doações feitas ao partido foram  legais, escrituradas, feitas via transações bancárias, declaradas e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Todas as nossas doações estão dentro do regime legal que existe no país. Todas as contribuições são registradas e declaradas ao TSE”, afirmou.

Vaccari disse ainda que será secretário de Finanças do PT até o dia que o diretório nacional quiser.

“Até o dia de hoje, não foi apresentada nenhuma proposta para que eu deixe a secretaria de finanças. Até o dia de hoje, a avaliação que eu tenho é que tenho apoio do diretório nacional para permanecer no cargo”, ressaltou.

O nome do tesoureiro foi citado na delação premiada do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, e do doleiro Alberto Yousseff, delatores do esquema investigado pela operação Lava Jato.

De acordo com Vaccari, ele conheceu Barusco em um jantar quando ele já estava aposentando. Segundo ele, o ex-gerente da empresa nunca fez parte da intimidade dele.

Sobre o doleiro, ele afirmou ter o visto “uma única vez” e ter sido convidado por Yousseff para ir até seu escritório.

“Quando fui encontrar com Alberto Yousseff, ele não estava. Não chegamos a nos encontrar. Nunca tratei de assuntos financeiros do PT com ele. Não tenho relacionamento com ele. Os termos da delação dele, no que se refere a mim, não são verdadeiras”, ressaltou.

Ao ser questionado se aceitaria fazer uma acareação com o doleiro, Vaccari se colocou mais uma vez à disposição da apuração para qualquer esclarecimento.

Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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