1 ano de prisão política: líderes mundiais visitam Lula em Curitiba
Mesmo preso, em uma condenação sem prova ou crime, Lula recebeu mais visitas de líderes internacionais do que o presidente golpista Michel Temer ao longo de 2018
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“A democracia no Brasil se chama Lula”, foi assim que Juan Carlos Monedero, fundador do partido espanhol Podemos, se referiu ao ex-presidente ao visitá-lo na sede da Polícia Federal em Curitiba, em novembro do ano passado. Desde que Lula se tornou um preso político, em abril de 2018, a cidade paranaense virou palco de resistência.
A Vigília Lula Livre é prova de que o povo não abandona seus líderes e de que é impossível calá-lo. Ao contrário do que desejam seus algozes, sua voz ecoa cada vez mais longe, entoada por figuras políticas de destaque, de todo o mundo, que o visitaram durante os 369 dias que se passaram desde que a justiça brasileira se mostrou partidária e antidemocrática.
Muitos Lulas
Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, visitou Lula em junho. Mujica passou 12 anos na prisão, durante a ditadura militar, por lutar por mais direitos para o povo do seu país. Ele foi preso em 1973, depois de ser alvejado por seis tiros, e só foi solto em 1985. “Podem prender o corpo, mas as causas dos homens e das mulheres que lutam nunca está presa, porque caminha com as pernas dos companheiros”, declarou ele em Curitiba, ao sair de seu encontro com o ex-presidente.
Em julho, o deputado italiano Roberto Gualtieri foi ao encontro de Lula, rompendo com o isolamento que quiserem impor ao preso político. “Lula é uma referência para todos os democratas do mundo e da Europa por suas políticas de igualdade social e desenvolvimento. Lula deixou o Brasil mais parecido com a Europa, conjugando políticas de crescimento econômico com igualdade social”, afirmou ele.
“Lula não está só, a comunidade internacional o acompanha como arquiteto da política que tornou o Brasil um ator mundial”, garantiu Ernesto Samper, na visita que realizou em agosto. Samper é ex-presidente da Colômbia e ex-secretário geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Os meses que sucederam este encontro só confirmaram as palavras do colombiano.
Martin Schulz, líder da social democracia alemã e antigo presidente do Parlamento Europeu, conversou com Lula – pessoalmente – no mesmo mês. Na ocasião, ele contou que conhece o ex-presidente há muitos anos e garantiu que ele é considerado, no mundo todo, uma liderança política. Além disso, aproveitou para reafirmar sua confiança no presidente brasileiro com maior aprovação popular.
Em setembro, o ex-primeiro ministro italiano Massimo D’Alema também esteve na capital do Paraná. “Depois de ter sido o melhor presidente que o Brasil já teve, eu acho que isso explica a solidariedade do povo com Lula, o que há em todo o mundo”, afirmou ele sobre o fato de que a injusta prisão do ex-metalúrgico ser um fato que preocupa a comunidade internacional.
Também em setembro, Cuauhtémoc Cárdenas, ex-governador do Distrito Federal do México, também esteve na sede da PF. Ao sair, ele reafirmou que a luta pela liberdade do ex-presidente é um compromisso coletivo, parte de uma agenda política que enfrenta o golpe que a classe trabalhadora brasileira vive desde 2016, com a destituição, sem crime de responsabilidade fiscal, de Dilma Rousseff, e a retirada de direitos sociais. “Temos confiança de que essa luta que se trata aqui, a partir de uma prisão, vai culminar com a vitória do povo”, declarou.
Da Redação da Agência PT de notícias