100 dias: Bolsonaro deixa milhares de brasileiros sem acesso a saúde

Balanço de 100 dias da Saúde no Governo Bolsonaro prova que ele não tem projetos para o setor, nem competência para gerir as políticas públicas que já existem

Araquém Alcântara

Discurso de Bolsonaro fez com que médicos cubanos deixasse, o país. Editais para preencher vagas fracassaram

Antes mesmo de ser empossado, Jair Bolsonaro (PSL) já causava prejuízos para a saúde pública brasileira. Seu discurso depreciativo contra Cuba fez com que o país deixasse o Programa Mais Médicos em novembro do ano passado e o resultado foi a perda de 8.471 profissionais que prestavam assistência básica para famílias em situação de vulnerabilidade. Esse foi apenas o primeiro de seus desserviços para o setor.

A lista de retrocessos foi apresentada pelo Balanço de 100 dias da Saúde no Governo Bolsonaro, um relatório com 14 páginas de ações que negam um direito fundamental a população.  O atual governo prova que não tem projetos para o Brasil, nem competência para manter as políticas públicas que foram criadas por seus antecessores.

Passados 514 dias do anúncio do governo cubano sobre a volta dos médicos, Jair ainda não encontrou uma solução efetiva para substituí-los. Os editais que foram abertos para convocar médicos fracassaram e milhares de brasileiros estão sem nenhuma assistência básica. Quando estava em pleno funcionamento, o programa criado no Governo Dilma atendia 63 milhões de pessoas em mais de 4 mil municípios. Deste total, 30 milhões eram assistidos pelos cubanos.

Proposta do ministro de Bolsonaro vai acabar com a saúde pública

O orçamento da Saúde Pública perdeu R$8,5 bilhões só em 2019, devido ao Teto de Gastos de Michel Temer, problema que vai ser agravado pelo desgoverno de Jair. Seu ministro da Economia, Paulo Guedes, quer aprovar um projeto de desvinculação orçamentária que acaba com os investimentos obrigatórios em saúde e educação.

Isso representa o desmonte do Sistema Único de Saúde, referência mundial saúde pública. O Balanço de 100 dias de Bolsonaro explica que, se não houvesse a vinculação do orçamento, o valor aplicado no SUS entre 2000 e 2017 não chegaria a 40% do que foi investido nesse período. Isso significa que o Sistema seria equivalente a 1/3 do que é hoje.

“Fica claro que o principal objetivo é o de adequar as funções do Ministério da Saúde para que caibam no famigerado teto dos gastos, ainda que as custas de destruir o pacto federativo solidário imprescindível para o sucesso do SUS, onerando ainda mais os Estados e Municípios, tornando inviável a execução das ações da saúde indígena, que já está prejudicada com a redução do Programa Mais Médicos”, afirma o relatório.

Com Bolsonaro, o povo teme pela saúde

O relatório também alerta para o impacto desastroso que terão a flexibilização do porte de armas, redução do preço de cigarros e liberação de agrotóxicos que também são pautas do atual governo.

Também critica Bolsonaro “governa por meio das redes sociais” propagando desinformação junto com seus aliados. O guru do atual governo, Olavo de Carvalho, chegou a afirmar que “vacinas matam ou endoidam. Nunca dê uma a seu filho”. A frase foi dita no contexto em que a redução da cobertura vacinal fez com que o Brasil voltasse a registrar doenças que estavam erradicadas, como o sarampo.

O despreparo já preocupa os brasileiros que, em pesquisa Vox Populi divulgada nesta quarta-feira, 10, demonstram pessimismo e insatisfação com os rumos do país. O levantamento mostra ainda que mais da metade dos entrevistados (51%) temem não conseguir ter acesso a saúde pública e atendimento médico de qualidade.

Leia o relatório na íntegra

Da Redação da Agência PT de Notícias

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