18 parlamentares dos EUA pedem posição do país contra Bolsonaro
Em carta, deputados se dizem “profundamente preocupados com as ameaças crescentes à democracia, direitos humanos e ao estado de direito no Brasil”
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Um grupo de 18 deputados estadunidenses do Partido Democrata enviaram nesta sexta-feira (26) uma carta ao secretário de estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, pedindo que o governo se manifeste de maneira clara contra as “posições inaceitáveis” do candidato à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro. A informação é do jornal Estadão.
Os congressistas puxados por Ro Khanna, Keith Ellison e James McGovern mencionam a disseminação de informações falsas, as falas de Bolsonaro sobre oposição e minorias e sobre a ditadura militar, assim como o recente vídeo do filho do candidato a respeito do Supremo Tribunal Federal, afirmando que tais posições se opõe à eleições livres e justas.
“Estamos profundamente preocupados com as ameaças crescentes à democracia, direitos humanos e o Estado de Direito no Brasil. O extremista de ultra-direita, Jair Bolsonaro, é o principal candidato na eleição presidencial e tem se beneficiado de uma campanha eleitoral marcada por violência política e um dilúvio de notícias falsas e desinformação”, escreveram os congressistas.
Essa não foi o primeiro documento enviado ao governo por conta das eleições brasileiras. No dia 19, o Departamento de Estado do governo Donald Trump foi provocado pelo deputado republicano Dana Rohrabacher, a fazer “o que fosse possível” para assegurar eleições livres e justas no Brasil.
Os democratas que assinam a carta de sexta afirma que Bolsonaro “regularmente” elogia a ditadura militar, foi acusado de discurso de ódio contra minorias e já disse não irá reconhecer o resultado das eleições se perder. “Pedimos que você deixe claro ao governo do Brasil que os Estados Unidos da América consideram essas posições inaceitáveis e que haverá graves consequências se Bolsonaro seguir adiante com as suas ameças feitas na campanha”.
“Mais de uma centena de casos de violência política foram reportados”, relembra o texto, em referência aos ataques praticados contra opositores de Bolsonaro, como aquele que terminou com a morte do mestre de capoeira Moa do Katendê. “É arrepiante imaginar o que pode acontecer com comunidades que veem o crescimento da discriminação e ataques durante um potencial futuro governo Bolsonaro”.
“Senhor secretário, como o senhor sabe, o Brasil emergiu de anos de uma ditadura brutal apenas no final dos anos 80”, escrevem os congressistas a Pompeo, afirmando que “não é inconcebível que o Brasil retorne aos dias escuros de autoritarismo do seu passado recente”.
“Dada a repercussão regional desse tipo de projeto, isso não é uma ameaça que nosso país pode levar levianamente. É sua incumbência, e de outros porta-vozes do governo, condenar toda violência política no Brasil e tomar uma posição forte frente a esse retrocesso, deixando lado que a cooperação com o Brasil depende da defesa dos direitos humanos básicos e valores democráticos por seus líderes.”
Os parlamentares citam ainda que o Facebook criou uma “sala de guerra” para analisar as informações falsas mas classificam a ação como “muito pouco”. A carta menciona que Bolsonaro teria se beneficiado do disparo de mensagens em massa em “financiamento ilícito de campanha por agentes do setor privado”.
Da redação da Agência PT de notícias, com informações do Estadão