Temer ataca direitos dos trabalhadores, diz presidente da CUT-PE

Na avaliação de Carlos Veras, as eleições municipais este ano serão oportunidade para dar uma resposta nas urnas ao golpe e aos golpistas

Foto: Divulgação

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi um golpe não apenas à democracia, mas também “um golpe aos direitos dos trabalhadores”.

“Está mais do que evidente. A máscara não cai mais, porque ela já caiu faz tempo. Não há outra terminologia. Sem crime de responsabilidade foi golpe e é um golpe”, declarou.

Veras acredita que com a saída definitiva de Dilma, o usurpador Michel Temer atacará com mais força os direitos dos trabalhadores.

“É um processo de desmonte dos direitos dos trabalhadores. Esse golpe é para cima da classe trabalhadora e nós precisamos reagir a isso”, enfatizou.

Segundo ele, Temer deixou isso bem claro no seu primeiro pronunciamento oficial: Uma Reforma da Previdência com aumento da idade mínima para aposentadoria e congelamento do salário dos aposentados; e Reforma Trabalhista com aumento da jornada de trabalho, terceirização na atividade fim, acabando com concursos públicos, férias, décimo terceiro e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Carlos Veras, presidente da CUT-PE Foto: Divulgação/ CUT-PE

Carlos Veras, presidente da CUT-PE
Foto: Divulgação/ CUT-PE

“É rasgar a CLT. É aprovar o negociado sobre o legislado, é autorizar o trabalhador a negociar o que está na legislação, o que já é garantido por lei. Então é negociar abaixo do salário mínimo, é negociar férias, é negociar o décimo terceiro, é negociar direito e direito não se negocia, direito se amplia”, destacou.

O presidente da CUT-PE também falou da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, enviada por Temer ao Congresso, que visa congelar os gastos públicos por 20 anos.

“Desonerar os gastos públicos com Temer é: congelamento do salário dos servidores por 20 anos, privatizações, venda do patrimônio brasileiro. É assim que eles vão reduzir o gasto público, vendendo e privatizando os bancos públicos, o que significa acabar com o Bolsa Família, acabar com o FGTS, com o programa de habitação, com o Pronaf, acabar com as conquistas e os direitos dos trabalhadores”, explicou Veras.

Congelar os gastos públicos por duas décadas, para ele, também acarretará em outros retrocessos sociais, como a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Aqui em Pernambuco, o ministro da Saúde disse que vai criar uma contribuição para os usuários do SUS. Isso é privatizar o SUS. A Farmácia Popular já está em fase terminal, o Samu é o próximo. O Mais Médicos eles foram contra, então não vão manter. O Ciência Sem Fronteiras eles já acabaram”, enumerou.

Para Carlos Veras, o papel da CUT é mobilizar as bases, dialogar com os trabalhadores e com toda a sociedade, alertando para o ataque aos direitos dos trabalhadores.

“E construir uma grande greve geral. Só com uma greve geral é que vamos impedir que eles destruam os direitos de mais de 100 anos da classe trabalhadora”, destacou, garantindo que os trabalhadores estão prontos para resistir.

Ato em Pernambuco pela democracia e contra o golpe Foto: Divulgação/ CUT-PE

Ato em Pernambuco pela democracia e contra o golpe
Foto: Divulgação/ CUT-PE

“A resistência está só começando. Vamos fazer muita luta. Temer e seus aliados golpistas não vão ter vida fácil. Não terão um minuto de sossego. Se eles não nos deixam sonhar, nós não vamos deixá-los dormir. Nenhum minuto só”, declarou.

Retrocessos no Nordeste

Carlos Veras credita que com o avanço do governo golpista, o Nordeste voltará a ser tratado com descaso e assistencialismo. Ele lembrou que com o PT no governo federal, a região foi vista como fundamental para impulsionar o desenvolvimento econômico de todo o País.

“O Nordeste será tratado em quinto plano, como era tratado anteriormente. Temos muito temor de voltarmos àqueles tempos das frentes de emergência, das frentes de trabalho que nos escravizada”, disse.

Eleições no Recife

“É o povo que está pedindo João Paulo de volta. Em todos os cantos do Recife há um clamor pela volta de João Paulo”, garantiu.

Para o presidente estadual da CUT, o atual prefeito da cidade, Geraldo Julio (PSB), desmontou todas as políticas públicas feitas nos oito anos em que João Paulo (PT) foi prefeito do Recife.

Na sua avaliação, as eleições serão uma oportunidade de dar uma resposta a esse golpe nas urnas.

Carlos Veras ao lado de Lula e João Paulo Foto: Divulgação/ CUT-PE

Carlos Veras ao lado de Lula e João Paulo
Foto: Divulgação/ CUT-PE

“Nós precisamos, agora, nas urnas, dar uma resposta aos golpistas. Por isso estamos denunciando o golpe e os golpistas em todos os cantos do estado. Orientando os trabalhadores a não votarem em candidatos e candidatas que sejam apoiados pelos golpistas”, contou.

Por Luana Spinillo, do Recife, para a Agência PT de Notícias

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