Golpistas afundam economia e previsão do PIB cai mais uma vez

Boletim Focus, divulgado semanalmente, aponta queda de 3,49% em 2016; cai confiança dos empresários e aumenta a perspectiva de queda da indústria

Reunião do CDES - Conselho de Desenvolvimento Econômico Social. Foto: Beto Barata/PR

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu pela oitava semana seguida no boletim Focus.

O boletim Focus é divulgado semanalmente pelo Banco Central, com expectativas de 120 bancos e instituições para os principais indicadores econômicos.

Na realidade, a previsão de queda é que cresceu, para -3,49%. Há uma semana, era de -3,40%. A queda da produção industrial também cresceu para -6,23. A previsão de crescimento para 2017 também caiu pela sexta semana seguida, para 0,98%.

A previsão da  Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também piorou: queda de 3,4%. Em 2017, a organização prevê estagnação.

A mágica recuperação econômica anunciada pelo governo golpista Michel Temer (PMDB) não ocorre. O problema é que ele e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apostaram que, com o anúncio do corte de gastos, a confiança na economia voltaria e os empresários investiriam novamente. Mas isso não ocorreu, porque não há perspectiva de demanda.

“Não bastou. Para que o empresário volte a investir, é necessário uma perspectiva de demanda e de rentabilidade”, afirma o economista Guilherme Melo, da Fundação Perseu Abramo. Só que a demanda na economia brasileira desapareceu.

O próprio empresariado demonstra descontentamento com o governo golpista, segundo reportagens da imprensa sobre a reunião do Conselhão (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social). Caiu também o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) nos últimos dois meses.

Apesar de ter expandido o déficit público, Temer não aumentou os investimentos do setor público e nem baixou os juros, que seriam possíveis motores. Com o aumento do desemprego, o consumo das famílias e o investimento privado, outras duas possíveis fontes de demanda, também caíram. As concessões também não deslancharam. E o setor externo (exportações) que era um fator de otimismo no início do ano, voltou a apresentar queda com a recente valorização do real.

“Não tem demanda, e o empresário não vai investir só porque gosta do governo”, afirmou. “O investimento público está ideologicamente bloqueado porque o atual governo não quer que o Estado esteja à frente do processo de investimento”. É a ideia do Estado mínimo, que está minando a possibilidade de retomada.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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