Proibição de visita de Esquivel causa indignação em Curitiba
Povo mobilizado nas imediações da Polícia Federal condena decisão da juíza e constatação do desvio de papel do Judiciário brasileiro
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A decisão da Justiça de proibir a visita de Adolfo Perez Esquivel a Lula causou indignação no povo de luta que participa da vigília perto da sede da Polícia Federal em Curitiba.
“Que situação ridícula para a Justiça. Imagina um amigo como Esquivel, um prêmio Nobel da Paz, vir de tão longe e ser barrado por uma juíza”, afirma Célia Piontkievicz.
A negativa do pedido de visita de um prêmio Nobel impõe a Lula um regime de solitária, diz Clarice Weisheimer. “A condenação dele já foi arbitrária. A execução da pena está sendo ainda pior”, observa.
Ela considera que a decisão judicial piora a imagem do Brasil no exterior. “Já estava péssima, depois da condenação sem provas. Agora o Judiciário estilhaça sua imagem aqui e lá fora. Isso só agrega os movimentos contra o arbítrio do Judiciário”, diz.
Clarice afirma que a seletividade da Justiça está ampliando a polarização da sociedade. “Tem muita gente optando pelo radicalismo fascista e outras se dando conta de que estamos num Estado de exceção”, diz. Nesse cenário, a falta de consciência social e política agrava os danos causados pela Justiça parcial e pela mídia partidarizada.
“Tem gente comemorando o arbítrio, por causa da difamação perpetrada pelos meios de comunicação contra Lula durante anos”, analisa.
Eunice de Campos afirma que a proibição da visita de Esquivel a Lula deixa claro que estamos em meio a um golpe judicial no Brasil. “Como a lei não obedece a lei, age de acordo com o interesse deles, que é o da elite”, diz.
Ela considera a proibição da visita uma injustiça e uma falta de respeito com o maior líder político da história do Brasil. “Nada mais me surpreende. Só que choro a cada arbitrariedade contra Lula”,fala.
Há quem veja a proibição da visita como um tiro no pé da Justiça. “Pelo status do Esquivel, vai ter repercussão lá fora. O fato de ter sido com ele vai fortalecer a visão de perseguição política a Lula”, analisa Augusto Tirado.
“Considero Lula um preso político. Acompanhei todo o processo contra ele, vi todos os depoimentos, a forma como Moro agiu, não como juiz, mas como advogado de uma das partes. É um grande conluio contra Lula”, afirma.
Por Luis Lomba, de Curitiba, para a Agência PT de Notícias