Bolsonaro põe defensor da ditadura para comandar a Educação
Nem assumiu e o colombiano já falou em “enquadrar” os brasileiros, é simpático à monarquia e ferrenho defensor da ditadura militar. Dos 30 livros de sua autoria, nenhum trata de Educação
Publicado em
Jair Bolsonaro anunciou seu indicado para o Ministério da Educação: o filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodriguez. Mas a escolha, falsamente saudada como técnica e inovadora, traz, na verdade, um futuro ministro cujas ideias cheiram ao bolor da época da ditadura. É o que mostra o blog que ele mantém desde 2007.
Os textos exalam paranoia anticomunista, antipetismo e elogios à ditadura. Vélez diz, por exemplo, que o golpe de 1964 deve ser comemorado e considera a Comissão da Verdade ‘a iniciativa mais absurda que os petralhas tentaram impor’. Seus blogs também trata de poemas, fotos familiares e textos sobre ondas gravitacionais até comentários sobre política e o noticiário, conforme noticiou a Folha de S. Paulo.
Já os assassinatos, torturas, prisões ilegais e desaparecimentos patrocinados pelo regime, além dos escândalos de corrupção daquele período, para ele são só ‘excessos’.
O futuro ministro já alardeava a indicação há duas semanas. Dentre suas propostas para o Ministério da Educação estão o combate ao que ele chama de ‘doutrinação cientificista’ nas escolas (ciência agora virou ideologia?), a criação de “conselhos de ética” para zelar pela moral dos alunos, além de defender que o ministério seja “refundado” e a educação gerida, de certa forma, pelos municípios (a entender).
“Aposto, para o MEC, numa política que retome as sadias propostas dos educadores da geração de Anísio Teixeira, que enxergavam o sistema de ensino básico e fundamental como um serviço a ser oferecido pelos municípios, que iriam, aos poucos, formulando as leis que tornariam exequíveis as funções docentes”, defendeu no texto com suas propostas para o MEC.
Ele também vocifera contra o que chama de ‘educação de gênero’ (da novilíngua bolsonariana para igualdade e respeito à diversidade), e acha que o Enem falha em medir o conhecimento dos alunos. Sobre o Escola sem Partido, considera “providência fundamental”.
Bolsonaro o apresentou como filósofo autor de mais de 30 obras – nenhuma delas fala sobre educação. As duas mais recentes, aliás, são meros panfletos contra Lula e os governos do PT.
Teimou, mas elegeu um defensor do delírio de que existe uma complô para “doutrinação marxista” nas escolas.
Formado em filosofia e teologia em seu país natal, Vélez é o segundo nome que Olavo de Carvalho emplacou no governo – depois do lunático trumpista Ernesto Araújo nas Relações Exteriores. O ultradireitismo reacionárioe raivoso caminha a passos largos para se tornar a ideologia oficial do novo governo.
Da Redação Agência PT de Notícias