Tsunami da educação: em São Paulo, povo volta às ruas contra os cortes
Em sete meses de governo Bolsonaro, Educação já perdeu R$6,2 bi. Estudantes e trabalhadores realizam terceiro protesto do ano contra os cortes
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A educação provou mais uma vez seu poder revolucionário. O setor mais afetado com os cortes orçamentários de Jair Bolsonaro (PSL) mobilizou diversos setores da sociedade em mais de 200 municípios de todo país nesta terça-feira, 13 de agosto. E o recado foi claro: o povo não aceita o retrocesso.
Em São Paulo, o ato teve início por volta das 16h quando estudantes, professores e representantes de inúmeros movimentos sociais ocuparam a Avenida Paulista, cartão postal da cidade. Com o vigor característico da juventude, os manifestantes deixaram claro que vão botar Bolsonaro “na linha” – grito entoado pelos milhares presentes.
A marcha seguiu até a praça da República, no Centro da capital paulistana, reafirmando o poder da educação pública e de qualidade para o desenvolvimento do país.
Presente no ato, a estudante de ciências sociais Luana Maciel falou sobre o prejuízo imposto a todos os brasileiros com os cortes na educação e citou como exemplo o desmonte dos hospitais universitários. “O maior impacto, de longe, é para a sociedade. O hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo corre o risco de parar de funcionar. É um hospital que atende milhares de pessoas que não tem como pagar atendimento de qualidade. É um trabalho que a população perde porque Bolsonaro não vê a importância que a educação representa dentro do país”.
Esse foi o terceiro grande ato nacional contra o desmonte da educação, setor que, em sete meses de governo Bolsonaro, já perdeu R$6,2 bilhões em recursos para 2019. Os primeiros atos foram realizados nos dias 15 e 30 de maio. Em seguida, os manifestantes também somaram forças as manifestações contra reforma da Previdência no dia 1º de maio e na Greve Geral, em 14 de junho.
A questão é tão grave que universidades de todo país têm anunciado que, se os recursos não forem devolvidos, a continuidade das aulas está ameaçada. A Universidade Federal do Mato Grosso chegou a ter a energia elétrica cortada em julho.
O cenário é o oposto ao que se via nos governos do Partido dos Trabalhadores, quando o ensino vivia plena expansão em estrutura e qualidade. O legado é reconhecido por todo povo brasileiro. Uma prova disso, é o relato da professora Débora Lourenço, que não se considera petista, mas lembra de todos os avanços que foram conquistados e também participou do ato em São Paulo em defesa da educação.
“Durante o governo do pt fiz duas faculdades com bolsa integral, hoje eu pago a faculdade do meu filho. Desde o golpe a gente vem sendo massacrado, a educação sucateada, uma tristeza. Eu dou aula e escola pública e é um realidade muito triste. O descaso desse governo é como se ele tivesse passando com um trator por cima da educação, é um descasos total. Sou educadora há dez anos, não é esse o futuro que quero para os meus filhos, não é esse o futuro que eu quero para minha família”, afirma ressaltando que vai permanecer nas ruas lutando pela educação.
Da Redação da Agência PT de Notícias