Classe média cresce no Nordeste e já supera a população mais pobre
Pela primeira vez, a pirâmide de renda do Nordeste será semelhante a do Brasil
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Nos últimos dez anos, o Nordeste vem acompanhando o crescente aumento no ganho das famílias das classes D e E, segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico. Com isso, houve uma significativa diminuição da população pobre da região, que passou de 66% para 45% dos nordestinos. Enquanto isso, o percentual da população na classe média passou de 28 para 45%. Esta tendência de crescimento da real renda das pessoas mais pobres da região deve continuar nos próximos anos. É a primeira vez que a classe média vai ultrapassar o número de pobres e vulneráveis na única região em que isto ainda não acontece.
De acordo com o levantamento da consultoria Plano CDE, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012, são 23,9 milhões de nordestinos na classe C e 23,7 milhões entre a D e E. Ambos representam 45% da população, mesmo com a ligeira diferença.
A região, que é a segunda maior em consumo do País, perdendo apenas para o Sudeste, continua crescendo. Os esforços do governo federal em fortalecer o salário mínimo, manter e ampliar políticas de transferência de renda como o Bolsa Família e, dos investimentos na geração de emprego da região, deverão garantir este incremento da economia do Nordeste.
Em números nacionais, na última década, mais de 39 milhões de pessoas entraram na classe média e 19,3 milhões saíram da pobreza. Atualmente, o Brasil tem mais da metade da população inserida nesta categoria. São mais de 94 milhões de brasileiros (50,5% da população) na nova classe média, que detém 46,24% do poder de compra.
Nos últimos sete anos, a renda familiar desta camada da população teve um aumento superior a 40%, passando de R$ 1,1 mil para R$ 4,5 mil. Este crescimento já injetou na economia mais R$ 100 bilhões desde 2002. Em 2009, a classe C consumiu R$ 881 bilhões do total de 2,2 trilhões de todo o País. Só com educação (pagamento de escola, material e livros) foram mais de R$ 15 bilhões. Além disso, a classe média é responsável por 78% do que é comprado em supermercados e movimenta, por ano, cerca de R$ 275 bilhões na internet.
Da Redação da Agência PT de Notícias