#Sem anistia: PF prende Braga Netto, alvo do inquérito sobre tentativa de golpe
Vice de Bolsonaro nas eleições de 2022, general da reserva foi preso neste sábado (14), no Rio de Janeiro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes (STF). “Queriam se manter no governo a qualquer custo”, diz Gleisi
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O general da reserva Walter Braga Netto – vice de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 – foi preso pela Polícia Federal (PF), na manhã deste sábado (14), no Rio de Janeiro, sob suspeita de tentar interferir no inquérito que apura a intentona bolsonarista contra a democracia brasileira.
Na decisão que autorizou a prisão, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), argumenta que Braga Netto estava encarregado de reunir o dinheiro para que fossem levadas a cabo as execuções do presidente Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin, e do próprio Moraes.
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Documentos obtidos pela PF e cruzados com o novo depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro preso em março, indicam que “foi Walter Braga Netto quem obteve e entregou os recursos necessários para a organização e execução da operação ‘Punhal Verde e Amarelo’ – evento ‘Copa 2022’”.
O ministro do STF pontua que o vice de Bolsonaro se encontrou, em novembro de 2022, com o tenente-coronel Rafael de Oliveira, a quem repassou dinheiro em espécie, em uma “sacola de vinho”, visando à “realização da operação”. De acordo com Cid, os valores vieram do “pessoal do agronegócio”.
Moraes sustenta ainda que pesam “fortes indícios e substanciais provas” contra Braga Netto e que o general “contribuiu, em grau mais efetivo e de elevada importância do que se sabia anteriormente”, para a trama subversiva.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, concordou com a prisão e falou em “provas suficientes de autoria e materialidade dos crimes graves cometidos pelos requeridos”.
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Cúpula bolsonarista
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), reagiu à prisão do general e às intenções macabras do plano bolsonarista. Por meio das redes sociais, Gleisi aproveitou para comemorar a derrocada de outros dois líderes da extrema direita: a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
“Braga Netto foi preso preventivamente porque tentou atrapalhar as investigações da polícia, isso depois de todos saberem que entregou dinheiro vivo em caixas de vinho, participando de plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Queriam se manter no governo a qualquer custo, para continuar a venda do país”, censurou a presidenta do PT.
“Essa prisão, a condenação de Roberto Jefferson a 9 anos de prisão pelo STF e a formação de maioria no TRE-SP para cassar a deputada Carla Zambelli por suas mentiras são notícias importantes no enfrentamento à extrema direita. São três nomes da cúpula bolsonarista que cometeram crimes gravíssimos contra a democracia. Três incitadores do ódio e da violência política. Com essa gente, não pode haver impunidade. Punição para todos, a começar pelo chefe inelegível. Sem anistia”, concluiu.
Braga Netto foi preso preventivamente porque tentou atrapalhar as investigações da polícia, isso depois de todos saberem que entregou dinheiro vivo em caixas de vinho, participando de plano para matar Lula, Alckimin e Alexandre de Moraes. Queriam se manter no Governo a qualquer…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 14, 2024
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Da Redação