Entidades pedem à PGR investigação contra adesivos ofensivos à Dilma
Grupo formado por centrais sindicais e entidades da sociedade civil solicita audiência com a presidenta Dilma Rousseff, em solidariedade
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Representantes de seis entidades entregaram, nesta quinta-feira (9), ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma nota de repúdio contra a produção e comercialização de adesivos automotivos ofensivos à presidenta Dilma Rousseff. O procurador recebeu ainda um pedido para que o Ministério Público Federal (MPF) investigue e criminalize os autores da manifestação.
De acordo com a presidente em exercício da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmen Foro, o pedido de providências foi feito para evitar que a impunidade estimule ações de violência similares. “Caso não haja alguma providência concreta de punir os responsáveis, é provável que esse ambiente se agrave”, ressaltou Carmen.
Juntamente com a CUT, assinam também o manifesto a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), a Força Sindical, a Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB), a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), e a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).
Carmen afirmou que a mobilização não ocorre apenas por se tratar da presidenta da República, mas por aqueles que têm clareza das “dificuldades que o gênero enfrenta no Brasil”. Para dirigente, os adesivos são um estímulo ao estupro e os autores devem ser criminalizados.
De acordo com a representante da CUT, Janot comprometeu-se a encaminhar a investigação ao MPF e se posicionou “intolerante” ao ato praticado.
Carmen ressaltou também o apoio de vários movimentos sociais representativos das mulheres, para manifestar “tolerância zero” com a incitação à violência contra o gênero.
“O mais importante é que inúmeros e grandiosos movimentos de mulheres que temos no Brasil manifestaram-se e estamos aqui com as entidades mais representativas das organizações de mulheres deste País”, destacou Carmem.
Autora – Carmen lamentou o fato de o adesivo ter sido criado por uma mulher. A dirigente disse que o fato é o resultado de uma cultura na qual é quase normal o estupro e a violência contra as mulheres. “Nós sofremos com isso, mas entendemos que a sociedade tem esse componente de machismo e de sentimento conservador. Pode ser homem ou mulher, independente de quem seja, a nossa missão continua a mesma”, ressaltou.
A CUT negocia, juntamente com os outros movimentos sociais, uma audiência com a presidenta para prestar solidariedade e reforçar os riscos a que todas as mulheres estão expostas com a incitação impune à violência. “Nós mulheres não podemos aceitar que pessoas tenham esse tipo de comportamento. E solidariedade é algo fundamental nesse momento que estamos vivenciando”, disse.
“Somos ofendidas desde o dia oito de março, com algumas charges veiculadas em grandes jornais de grande circulação deste País. Porque não dá para admitir que qualquer que seja o site, se possa publicar o que quiser e continuar circulando”, disse a secretária da Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias