Humberto Costa critica imaturidade política de representantes da oposição
Líder do PT no Senado reforçou discurso feito pela presidenta Dilma durante a tarde de segunda e rebateu a tese do ‘quanto pior, melhor’
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“Aqueles que agem com responsabilidade e altivez já começaram a externar sua inquietude com esse estilo playboy que alguns têm se valido para atiçar a crise e incendiar o País”. Assim o líder do PT, Humberto Costa (PE), resumiu, em duro pronunciamento ao plenário nesta segunda-feira (10), o cansaço da população com a irresponsabilidade com que alguns elementos da oposição apostam no caos e na insegurança. Para ele, lançar o Brasil num quadro de terra devastada não fará com que esses pretensos líderes se firmem como salvadores da Pátria.
Ao contrário, “são atitudes que denotam uma imensa imaturidade política, uma reprovável falta de compromisso com o País e com os valores da democracia, que servem a diminuir o Brasil e nos faz parecer, aos olhos da comunidade internacional, uma republiqueta sem lei, sem ordem constitucional e estabilidade jurídica, na qual não se pode confiar”, resumiu.
Humberto criticou a postura de quem não se importa em se associar ao presidente da Câmara dos Deputados para impor derrotas ao Palácio do Planalto, “arrebentando com as finanças públicas e agindo contra o grau de investimento tão duramente conquistado por nós, colocando em risco a sobrevivência de milhares e milhares de empresas e de milhões de empregos”, criticou.
“A tese do ‘quanto pior, melhor’ só nos levará ao pior. E o Brasil não pode ser empurrado para o abismo para que alguns possam ver seus projetos pessoais satisfeitos”, disse, recomendando que a oposição retome seu papel de maneira consequente e responsável e combata o governo dentro da legalidade e da legitimidade.
De todo modo, o líder disse não acreditar que as pessoas caiam nesse tipo de jogo. “Felizmente, esses disseminadores do caos estão cada vez mais isolados em sua estratégia de terror e de golpe”, assegurou, lembrando que entidades empresariais, como Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan), recomendam que se coloque de lado ambições pessoais ou partidárias e que estejamos todos atentos aos interesses do País.
Sobre a tese de que a presidenta Dilma estaria preparando sua retirada do cenário político, Humberto deixou claro que não há a menor possibilidade. Muito menos ela será afastada. “Não pensem, esses entusiasmados golpistas, que nós veríamos passivamente uma presidenta legitimamente eleita pela maioria dos votos dos brasileiros ser derrubada e iríamos pra casa colocar o pijama e assistir à novela das oito”, alertou. Para o líder, qualquer tentativa desse tipo levaria o Brasil a uma completa convulsão, “porque, sem legalidade e legitimidade, nenhuma coalizão política que sucedesse Dilma poderia ser aceita pelos brasileiros”. O líder disse ainda que querer esmagar a liderança política de um homem como o ex-presidente Lula só denota a irresponsabilidade da oposição.
Responsabilidade do Governo – Humberto Costa não vê apenas virtudes no governo da presidenta Dilma. Segundo afirmou, é preciso que o governo reconheça os erros cometidos, estenda a mão e abra espaço para um diálogo efetivo, “além da retórica”.
“A presidenta tem que restaurar sua base parlamentar neste Congresso Nacional, principalmente na Câmara, onde veio estourando pontes desde o primeiro mandato até a insustentável situação de se encontrar ilhado atualmente”. Ele reconheceu que as relações com os senadores, que sempre se mostraram mais fiéis, agora não é satisfatória.
“Desse encurralamento, só é possível sair por meio de um novo pacto político e social. Temos que redesenhar as alianças partidárias sob novas bases, mas também construir um novo ciclo de diálogo com os movimentos sociais, com o povo brasileiro. Temos que acenar com ações concretas para um presente consistente e um futuro promissor”, recomendou.
Ao final, recomendou um a ampla concertação – assim mesmo, com “c” , onde se afinam os instrumentos – capitaneada pela presidenta, para que se resolvam as arestas políticas e seja assegurada ao País a estabilidade de que ele precisa.
“É preciso muito trabalho, muita disposição e, acima de tudo, muita altivez e responsabilidade políticas para isso. Espero que encontremos disposição entre os nossos opositores”, concluiu.
Por Giselle Chassot, do PT no Senado