A favor da Capitalização, Guedes recebeu R$ 227 mi do BNDES e Previ
Folha: Fundos de Investimento em Participações (FPIs) ativos de empresa que era presidida pelo ministro até outubro receberam aportes públicos
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem muito interesse na aprovação da reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL). E isso não é só por ser o idealizador da PEC, mas porque a Capitalização vai lhe trazer lucro. Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou, nesta quinta-feira (6), que Fundos de Investimento em Participações (FPIs) de Guedes receberam R$227,1 milhões em aportes de empresas públicas.
O montante veio do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) e da Previ, previdência complementar de servidores do Banco do Brasil. O valor foi aplicado entre dezembro de 2013 e março de 2019 e os fundos continuam ativos no mercado financeiro. As informações foram levantadas pela Folha por meio de consulta a assessorias e Lei de Acesso à Informação.
Os Fundos de Investimento em Participação são definidos pela Bolsa de Valores brasileira como comunhão de recursos destinados à companhias abertas, fechadas ou sociedades limitadas. No caso, o ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro (PSL), era sócio e presidente da Bozano, empresa gerenciadora desses FPIs que receberam aportes do BNDES e da Previ.
O Fundo Semente Criatec II, que é voltado para investimento em empresas de tecnologia, recebeu R$81 milhões do BNDES. Já o FPI Bozano Educacional II, que abarca iniciativas de educação em saúde, recebeu R$68 milhões do Banco e tem margem para receber mais R$52 milhões, já que o BNDES havia se comprometido em aplicar R$120 milhões. O Fundo também obteve R$ 78,1 mi da Previ e pode receber até R$100 mi da entidade.
A reportagem mostrou ainda que outros fundos de pensão, bancos e agências públicas aportaram pelo menos R$ 31 milhões em fundos administrados pela empresa.
Um desses órgãos é o Banco de Brasília, ligado ao governo do Distrito Federal, que não respondeu aos pedidos de informação do jornal. O Banco do Nordeste alegou sigilo para não responder a Folha.
Paulo Guedes deixou a presidência da Bozano em outubro, após o resultado das eleições presidenciais, quando já era cotado para o ministério da Economia. Após sua saída, a empresa mudou de nome e adotou a marca Crescera Investimentos.
Por ReformadaPrevidênciaBrasil.com.br