A verdade prevalecerá, garante Gleisi sobre decisão do STF

“Não há uma única prova concreta que aponte o recebimento de recursos ilícitos para minha campanha”, lembrou a senadora. STF acatou denúncia da PGR nesta terça

Waldemir Barreto/Agência Senado

Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), nova líder do PT no Senado

A senadora Gleisi Hoffmann disse sentir profunda tristeza ao saber que a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acatou nesta terça-feira (27) denúncia formulada contra ela e seu marido pela Procuradoria Geral da República. Ainda assim, para ela, o tribunal “saberá julgar com serenidade, imparcialidade e isenção esse processo”.

Em entrevista coletiva, a senadora lembrou que a denúncia é baseada em delações. “Ou seja, o Alberto Youssef assumiu isso, que o Paulo Roberto Costa teria pedido [dinheiro] a ele. O Paulo Roberto diz que não pediu. Aí no final do processo, depois da sexta versão dada por Alberto Youssef, o sócio dele aparece dizendo que ele tinha entregue o dinheiro”.

“Tanto o empresário nega, como eu, eu não recebi esse dinheiro, eu não conheço esses personagens e nunca estive com Paulo Roberto Costa. […] É um processo baseado em delações. Os ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes disseram que tinham muita preocupações com processos baseados só em delações, principalmente, quando tinha contradições”, completou a parlamentar.

Segundo Gleisi, o processo da Lava Jato está politizado. “Está todo mundo pressionado pela própria sociedade. Então todo mundo tem medo de errar, de fazer coisas que não sejam corretas, e pode ser que acabem exacerbando para outro lado”.

Gleisi Hoffmann divulgou uma nota onde ressalta que a denúncia é baseada em delações contraditórias, inclusive um dos delatores apresentou seis versões diferentes sobre os fatos, e finaliza afirmando ter “certeza que a verdade prevalecerá”

Confira a nota na íntegra:

“Embora nutra respeito pela Justiça de nosso País, é com profunda tristeza que recebo a decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de acatar a denúncia formulada contra mim e meu marido pela Procuradoria Geral da República.

Em seu voto, o ministro relator Teori Zavascki concluiu dizendo que não dá para ter certeza de que os fatos ocorreram, mas que nesse momento basta uma dúvida razoável para aceitar a denúncia. Agora, pelo menos terei, no julgamento do STF, o benefício da dúvida.

Estou ciente de que o Supremo Tribunal Federal, ao analisar com profundidade o que foi apresentado nos autos, saberá julgar com serenidade, imparcialidade e isenção esse processo. Tais requisitos faltaram em outras instâncias. Por isso, vejo a decisão desta terça-feira como uma nova oportunidade de provar, sem sombra de dúvidas, a nossa inocência.

Desde o início desse lamentável episódio, quando injustamente fomos indiciados pela Polícia Federal, insistimos à exaustão que não há uma única prova concreta que aponte o recebimento de recursos ilícitos para minha campanha ao Senado, em 2010.

Como o meu advogado Rodrigo Mudrovitsch voltou a enfatizar hoje da tribuna do STF, a denúncia da PGR se baseia unicamente em questionáveis delações do doleiro Alberto Yousseff, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do sócio do doleiro, Antonio Carlos Pieruccini. Em sua delação, essa pessoa disse que transportou a suposta propina para minha campanha, em dinheiro, de São Paulo para Curitiba, em quatro viagens. Ele afirmou ainda que entregou a quantia para o empresário Ernesto Kugler, que sempre negou o fato.

Se Pieruccini esteve realmente quatro vezes com o empresário, por que a Polícia Federal não obteve provas físicas desses encontros? A bem da verdade, a denúncia sequer aponta qualquer ato concreto cometido. Baseia-se apenas em especulações que não são compatíveis com o que se espera de uma acusação penal.

São inúmeras as contradições nos depoimentos dos delatores que embasam a denúncia, as quais tiram toda a credibilidade das supostas delações. Um deles apresentou, nada mais, nada menos, do que seis versões diferentes para esses fatos, o que comprova ainda mais que eles não existiram. Tenho certeza que a verdade prevalecerá.”

Da Redação da Agência PT de Notícias

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast