Absurdo: Prova da Unip associa PT à corrupção
Denúncia foi feita por professores e estudantes de uma das unidades da instituição que estão indignados com a situação
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Uma questão que associa o Partido dos Trabalhadores à corrupção causou indignação de estudantes e docentes da Universidade Paulista (Unip). A pergunta estava numa prova da “Disciplina D253 Comunicação e Expressão”, que faz parte de um ambiente virtual de aprendizagem chamado AVA. Todos os cursos da Unip têm 30% de disciplinas online e essa é uma delas. Apesar disso, a prova foi aplicada presencialmente, segundo denúncia, em uma das unidades da instituição, mas pode ter sido replicada para todo o estado de São Paulo.
Os docentes e alunos não quiseram se identificar, pois, segundo eles, existe um processo de perseguição a professores de esquerda na universidade já há algum tempo, o que provoca receio de retaliações.
O enunciado da questão diz: “Quanto ao tema do texto ‘À moda concretista’, que conhecimento de mundo prévio o leitor precisa ter para entender o texto?”
Em seguida, a poesia: “À moda concretista”
PT
cueca
cu
PT
eca
peteca
te
peca
cloaca
Na sequência, as alternativas a serem escolhidas pelos alunos:
A) Conhecer o significado da sigla PT;
B) Saber que a sigla PT é política e relaciona-a aos políticos corruptos do partido;
C) Saber que um poema concreto não é convencional, não tem verso tradicional;
D) Conhecer a gramática, em especial a separação silábica. Por isso, o leitor percebe o jogo poético na separação silábica do termo “cueca”; “cu-PT-cueca”;
E) Conhecer a história da corrupção política e os escândalos advindos da corrupção, tal como o escândalo do político que escondeu dinheiro não declarado na cueca.
Fórum apurou que os professores que aplicaram a prova não eram da disciplina e alguns estudantes ficaram incomodados com a pergunta. Ao questionarem os docentes, estes disseram que não se tratava de sua disciplina e que haviam sido orientados pela instituição apenas para aplicar a prova.
Recesso
A Fórum entrou em contato com a Unip para obter o posicionamento da instituição sobre a questão. A assessoria de imprensa da universidade informou que os diretores estão em recesso e que precisariam de tempo para estudar o caso e emitir uma posição.
Por Revista Fórum