Agenda unificada reforça defesa de Lula em Porto Alegre
Encontro de preparativo para mobilização do dia 24 foi a primeira vez que a Frente Brasil Popular se reuniu com a Frente Povo Brasil Sem Medo e PSOL
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Os representantes das mais de 20 organizações que participaram da reunião da Coordenação do Comitê Popular Porto Alegre, nessa terça-feira (16) na Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do RGS (FTIA/RS), acertaram suas agendas de mobilizações para as atividades conjuntas dos dias 22, 23 e de 24 de janeiro, data do julgamento no TRF4, em Porto Alegre, do recurso da defesa do ex-presidente Lula em segunda instância no caso do triplex do Guarujá (SP).
“Foi uma reunião de trabalho para afinar as agendas e unificar os atos em defesa da democracia, do direito de Lula ser candidato, contra a reforma da previdência e este governo golpista”, resumiu o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Porto Alegre, Rodrigo Dilelio. Mais de 20 organizações de movimentos partidários, sindicais, sociais e de estudantes participaram da primeira reunião da Coordenação.
Do encontro, três encaminhamentos básicos foram alinhados. A formação de um Grupo de Trabalho (GT) para organizar uma agenda unificada com representatividade de todos os movimentos; a necessidade de uma data única para concentrar todos os campos que lutam pelo mesmo objetivo; e uma força tarefa para trabalhar na ornamentação da grande marcha que ocorrerá, no dia 23, no final da tarde, de um local central da capital gaúcha ainda a ser definido.
Dilelio definiu o encontro como um passo importante para simbolizar a unidade do campo popular por ser a primeira vez que a Frente Brasil Popular se reúne com a Frente Povo Brasil Sem Medo e PSOL. “As organizações de esquerda estarão em Porto Alegre no dia 23, também transmitindo uma mensagem de resistência perante o governo golpista, sobretudo contra as reformas que continuam avançando sobre os direitos do povo brasileiro”.
O presidente do PT de Porto Alegre disse que todos devem estar seguros que nos dias 23 e 24 – com atividades em defesa da democracia e do direito do ex-presidente Lula ser candidato à Presidência – será dada uma grande demonstração da vitalidade da resistência popular na capital gaúcha.
“O que se quer é transmitir à população porto-alegrense a confiança de que a caminhada dos representantes do campo da esquerda é justa. Esse é o principal motivo na defesa da democracia, e do direito de Lula ser candidato, por isso, vamos garantir a presença da população de Porto Alegre e de outros Estados”, ressaltou Dileio.
A diretora da Executiva Nacional do PSOL e da frente Povo Sem Medo, Berna Menezes, defendeu a importância de diferentes campos de esquerda agregarem-se no Comitê pela Democracia, nas atividades dos dias 23 e 24 e nas programações nos bairros.
“A luta contra o golpe não se resume às questões sociais, e essa batalha para impedir que o ex-presidente Lula seja condenado é parte da luta contra o golpe”, disse Berna. O PSOL, mesmo tendo Guilherme Boulos como pré-candidato à Presidência da República, entrou na luta unificada.
“Entendemos que é necessário unir todos contra o golpe e contra as reformas, porque ambos atacam não só as organizações dos trabalhadores, na sua base, nos sindicatos, na CLT, mas também as lideranças da esquerda e Lula é parte importante desta liderança nos últimos anos”.
Para Berna, o PSOL deverá rever a sua posição inicial de não apoiar publicamente o ex-presidente Lula e, no decorrer desta semana, após consulta a sua bancada decidir a participação no movimento enquanto partido. “Mas a militância do PSOL tem o direito de escolher se irá participar ou não, de acordo com orientação já passada”, informou.
O representante da União Estadual dos Estudantes (UEE Livre), Felipe Eich, afirmou que a juventude está mobilizada e pronta para os atos de resistência. Ele disse que já foram construídas agendas e uma grande unidade em torno de diversas atividades que irão ocorrer nos próximos dias.