Alberto Cantalice: Por uma comunicação militante
Temos que construir um debate nacional permanente para esclarecer a população sobre o caráter excludente e de classe da grande mídia monopolizada
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Ao nos aproximarmos do 6• Congresso do Partido dos Trabalhadores apresentamos para o conjunto dos delegados e delegadas para a militância em geral algumas reflexões sobre o tema da comunicação, tema este que vem sendo cada vez mais debatido, questionado e contestado no interior de nossas fileiras.
A relevância da temática, merece um debate aprofundado neste que reputamos ser o Congresso que demonstrará para os nossos adversários que o PT está cada vez mais vivo.
Superar essa intensa campanha de cerco e aniquilamento sobre a legenda e seus dirigentes, parlamentares, governadores, a presidenta golpeada Dilma Rousseff e a sua liderança maior, o ex-presidente Lula, tem sido uma prova da robustez da estrutura partidária.
Continuar enfrentando essas adversidades. Afirmar cada vez mais a luta contra o governo golpista de Michel Temer e lutar pela imediata convocação das eleições diretas exigirá do nosso partido um fortalecimento dos seus canais de comunicação e interlocução não só com a nossa base social, como também com os demais setores populares e progressistas.
Sendo assim, apresentamos um conjunto de propostas constantes da tese da corrente CNB/PMB mais aberto para o diálogo de todos aqueles que queiram contribuir para o melhor aprofundamento deste debate:
Criar uma plataforma que permita a criação de comunidades digitais visando tornar a comunicação e a elaboração política mais ágil e horizontal. Trata-se de articular: a comunicação permanente entre (o) (a) presidente do PT, os membros da CEN, os (as) presidentes estaduais e as executivas estaduais; as secretarias nacionais e estaduais; os setoriais, a SNAI a e os prefeitos(as) e vereadores(as) de maneira a incentivar discussões e acompanhamentos dos processos formativos online.
Uma boa experiência que pode ser desdobrada para os zonais e os municipais é a reunião virtual via Facebook, sem substituir é claro, as reuniões presenciais.
O uso das ferramentas Facebook e WhatsApp podem ser melhor articulado visando potencializar as ações do Partido.
Impulsionar a criação de canais de comunicação nos municípios, pois ainda hoje há Diretórios sem página na internet, o que demonstra o desconhecimento do papel das novas mídias.
Demonstrar para o conjunto da base petista a necessidade cada vez maior de estarmos em rede. Hoje grande parte das dificuldades que encontramos na juventude reside na pouca comunicação e na ausência de compreensão das novas linguagens tantos nos grandes centros, como nas periferias. A presença nas redes pode e deve estar coordenada com as discussões e as deliberações políticas tomadas pelo Partido.
Criar mecanismos de consulta aos filiados(as). Com isso, o PT deve implementar uma política de comunicação mais proativa, com informações rápidas que também podem ser enviadas em tempo real para o conjunto da militância. Para isso precisamos ampliar o nosso cadastro de filiados com atualização de e-mails, WhatsApp e Telegram.
Construir um debate nacional permanente com vistas a esclarecer a população sobre o caráter excludente e de classe da grande mídia monopolizada e a necessidade de criar correlação de forças que garanta a democratização dos meios de comunicação.
Recriar o hábito do panfleto e da panfletagem. O Diretório Nacional produziria a cada mês um material impresso sobre um importante tema da conjuntura, para ser distribuído para os 27 estados da federação.
Envidar esforços para a criação da TV Web do PT. É importante ressaltar que apesar de prometido, ainda não foi ao ar por falta de recursos financeiros.
Divulgar a programação da TVT e os principais portais de esquerda e progressista. Ampliando a interlocução com a comunicação dos movimentos sociais.
Ampliar a conexão entre a Secretaria de Comunicação do PT e as assessorias de Comunicação das bancadas na Câmara e do Senado, desdobrando essa experiencia para os Diretórios Estaduais.
Romper a chamada bolha virtual, disseminando no interior do Partido a ideia de que todo militante é um comunicador em potencial. Cabe as direções municiar de informações essa militância.
Articular os portais do PT, da Escola Nacional de Formação e da Fundação Perseu Abramo visando ampliar o alcance das informações e da formação política.
Alberto Cantalice é Vice-presidente e Secretário de Comunicação do PT, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.
ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores