Alckmin vai na contramão da qualidade do ensino público, diz sindicato dos professores
Sindicato da categoria dos docentes de São Paulo iniciou campanha explicativa e recolhe abaixo-assinado para evitar que a gestão tucana fragmente educação básica
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Os professores estaduais de São Paulo estão mobilizados contra a proposta do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) que visa separar totalmente os alunos das escolas estaduais por ciclo. Para barrar a iniciativa tucano, os docentes iniciaram, na segunda-feira (28), uma campanha para mostrar o quanto a proposta é prejudicial ao ensino paulista.
Além disso, em outubro, os professores realizarão o “Grito pela Educação”, uma grande manifestação com apoio de vários professores, estudantes, sindicatos e movimentos sociais, no dia 29 de outubro na Praça da República, centro da capital paulista.
“Estamos orientado os estudantes, pais e todas as pessoas sobre os riscos da ideia de Alckimin. Vamos colher assinaturas e mostrar por meio de um abaixo-assinado que os paulistanos não aprovam essa insanidade do governador”, disse a presidenta do Sindicato dos professores do ensino oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) , Maria Izabel Noronha.
De acordo com a representante do sindicato, a medida de Alckmin vai gerar demissões de professores e vai resultar no fechamento de escolas.
“Essa proposta do Alckmin de separar por ciclos nada mais é do que enxugar os espaços destinados ao ensino fundamental. Eles querem separar os prédios educacionais. Um dos problemas é que existem irmãos que estudam na mesma unidade, com a separação, como os pais farão? A logística proposta não garante o acesso à escola. Alckimin quer fragmentar a educação básica, fechar escolas e demitir professores”, avalia a presidenta da Apeoesp.
Maria Izabel reforça a possibilidade de 1 mil escolas em São Paulo terem de fechar as portas. Além disso, ela ressalta que o remanejamento de alunos entre escolas pode aumentar o número de alunos em sala de aula sem um critério pedagógico adequado. Na avaliação de Maria Izabel, “o ideal é ter uma média de 20 estudantes dentro de sala e não com quase 40 como ocorre atualmente”.
“Nós estamos lutando pela implementação do projeto político-pedagógico, mas o governador Alckimin vai na contramão da qualidade do ensino público”, desabafa.
A gestão tucana é duramente criticada pelo sindicato dos professores, que avalia a condução política do PSDB como “autoritária e mentirosa”. Segundo a presidenta da Apeosesp, o governo de Alckmin havia prometido negociar reajuste para colocar um fim na greve dos professores que durou 92 dias no inicio deste ano e foi considerada a maior greve da história da categoria.
A decepção dos professores foi saber, na última quarta-feira (23), que não haverá reajuste salarial em 2015. O anúncio feito pelo secretário de Educação, Herman Voorwald, e pegou os docentes de surpresa.
“A gestão do PSDB é autoritária. Eles não sabem conversar, mas sabem mentir. Disseram que a data base era no dia 1º de julho e isso não ocorreu. Mentiram que em 4 anos deram reajuste e não deram. Mentiram com relação ao índice de reajuste, e agora mentem de forma autoritária com a reformulação do ensino básico”, disse Maria Izabel.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias