Anne Karolyne: PT dos sonhos e das lutas

PT: Nossos sonhos, nossas lutas

Eu poderia citar diversos intelectuais da esquerda brasileira e latino-americana para externar essa reflexão, mas prefiro citar minhas próprias reflexões e observações sobre os rumos do PT e o chamado que esse momento nos faz, e que vivenciamos com tanta intensidade.

Poucas vezes na história da democracia brasileira um projeto político teve tanto apoio popular. A presidenta Dilma, em seu discurso de posse para o segundo mandato, fez questão de reafirmar que representa “o projeto detentor do mais profundo e duradouro apoio popular” da história da democracia brasileira.

Essa marca histórica do PT também é uma grande responsabilidade para todos nós, militantes de todos os seguimentos do partido que temos a tarefa primordial de disputar os rumos dos governos liderados pelo PT por meio dos movimentos sociais, mola propulsora que dá vida ao Partido dos Trabalhadores.

Por onde passo, sinto na militância um sentimento de um partido que precisa se encontrar com o novo, fruto deste novo momento que vivenciamos na política brasileira e a do próprio PT, que surgiu como ferramenta de disputa dos rumos da sociedade pelos setores historicamente menos favorecidos.

É avançar ainda mais no processo de transformação social com o PT organizado, forte e com o apoio dos homens e mulheres que ajudam todos os dias, em suas lutas diárias, a construir um país com mais justiça social e igualdade para todos e todas.

Na estrutura partidária do Brasil, nenhum outro partido é sequer parecido com o PT. Temos características próprias, nossa própria vida política que é orientada pelos movimentos de base, como também por sonhos e utopias de uma militância que entende o PT como o verdadeiro e legítimo instrumento de luta do povo brasileiro, principalmente os setores que vivem à margem da sociedade. Um partido político com estas características, sem a menor dúvida, objetiva a democracia como eixo de atuação principal.

Não é à toa que o PT é o único partido político que realiza eleições diretas para presidente dos diretórios em todas as esferas, que congrega setoriais dos mais diversos temas sociais na sua estrutura política partidária, onde é debatido e disputa-se a opinião do partido nos mais diversos fóruns internos, dos mais diversos seguimentos. E, como militantes de um partido político plural e democrático, apontamos os erros, mas é preciso apontar os caminhos também, pois os erros são balizadores para os acertos e isso implica na transformação de todo os nossos sentimentos em vontade, muita vontade, vontade de caminhar mais rápido em direção as mudanças que são necessárias.

A nossa militância, por diversas gerações, mesmo nos períodos mais sombrios da história do Brasil, mostrou o quanto é importante a organização da classe trabalhadora, dos jovens, das mulheres, dos índios, negros, ou seja, do conjunto dos setores oprimidos pela sociedade, para lutar pela garantia de seus direitos. Muitos companheiros e companheiras tombaram nas mãos da repressão defendendo o que hoje é o pilar de construção central do nosso partido: a democracia. O cansaço e, muitas vezes, o desânimo podem até tentar bater à porta daqueles que tanto contribuíram para o nascimento e fortalecimento do PT, mas nunca deixaram de defender o nosso maior patrimônio que é o nosso partido.

Agora, mais do que nunca, é preciso juntar forças de uma nova geração valente que cresce cada vez mais e a experiência e sabedoria de companheiros e companheiras históricos, para promover uma verdadeira revolução em cada um de nós, o que vai dar ainda mais forças para disputar e conquistar as mudanças que tanto queremos.

Nesse novo momento, é necessário também compreender as novas dinâmicas da juventude que envolvem o acesso às novas tecnologias e a reafirmação do direito pleno de se organizar em diversas tribos e em diversos espaços, seja nas praças, escolas, universidades, etc. A garantira da nossa liberdade custou caro as gerações passadas, e esta geração de agora tem a tarefa de lutar para garanti-la as gerações futuras, fortalecendo o ciclo das nossas lutas por mais desenvolvimento e justiça social para o povo brasileiro.

Não sou de ficar parada esperando milagre, e com a irreverência da juventude quero mexer, modificar, mudar, debater, discutir, apontar novos caminhos, quero renovar literalmente tentando acertar. Tenho toda minha juventude neste partido e pude ver de perto o quão grande e plural ele é Brasil afora, cada estado e região com seu jeito, sua cultura local e sua dinâmica, toda essa mistura de jeitos e trejeitos revelam novas lideranças o tempo inteiro. Gente que, assim como eu, quer continuar, sonhar e lutar para conquistar ainda mais o que nunca antes esteve tão próximo dos menos favorecidos: os nossos direitos, e o PT com todas as suas características é o principal responsável por essa guinada histórica.

Além de inspirarmos gerações futuras, seremos estudados com muita clareza sobre as transformações que um partido de trabalhadoras, trabalhadores, jovens, negros, mulheres, índios, camponeses e LGBTs propiciou a um país historicamente marcado pela exclusão social.

Este é um chamado aos nossos sonhos e as nossas lutas. Muitos já se foram e precisamos continuar em frente buscando as transformações para que esse legado tenha sentido hoje, amanhã e sempre. Vamos fazer a nossa parte com mais dedicação e convicção para que este instrumento, que é o Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que ainda alimenta e consegue transformar os sonhos de tanta gente, possa continuar ecoando em todos os espaços os anseios dos historicamente oprimidos e lutando com a força de uma militância politizada e orgânica para que as transformações cheguem a mais gente e que mais gente cheguem as transformações.

Saudações PeTistas.

Anne Karolyne Moura é a mais jovem integrante da executiva nacional do PT e membro da direção nacional da Juventude do PT