Após 2 meses, ocupação contra o golpe resiste em Capanema, no RJ
Justiça nega solicitação de reintegração de posse do local. Movimentos dizem que desocuparão quando estado democrático de direito for retomado
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O Palácio da Cultura Gustavo Capanema, prédio ligado ao Ministério da Cultura no Rio de Janeiro, foi ocupado no dia 16 de maio, dias após o golpe. Mais de dois meses depois, o movimento de resistência, formado por diversos coletivos culturais, resiste.
A ocupação, que inicialmente foi motivada pela extinção do Ministério da Cultura, anunciada pelo presidente golpista Michel Temer, promete resistência até o fim do governo interino.
E a ocupação deve continuar. Após pedido de reintegração de posse do palácio, feito pela gestão golpista no dia 15 de julho, a solicitação foi negada pelo juiz Federal Paulo André Espírito Santo, da 20a vara federal do Rio de Janeiro.
“Estrategicamente, o Governo Ilegítimo ativou um desmonte sobre o movimento nacional de ocupações dos prédios do Ministério da Cultura que ocorriam em todos os 27 estados do país. No Rio de Janeiro, a reintegração chega às vésperas das Olimpíadas, como tentativa de “limpar a casa” antes do mundo virar os olhos para a cidade Olímpica”, diz nota divulgada pelo movimento, no Facebook, nesta terça-feira (19).
Ainda segundo a publicação, no pedido de reintegração de posse, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) “classifica o movimento da OcupaMinC como esbulhadores”.
“O conceito de “esbulho” remete à invasão e usurpação violenta da posse e privação de uso do possuidor. No entanto, todos os órgãos que funcionam no edifício mantém suas atividades regularmente, coabitando harmonicamente com as atividades culturais, artísticas, políticas e sociais da ocupação”, diz o movimento ocupante.
Os ocupantes reforçam o caráter cultural do movimento, que já promoveu mais de 1 mil atividades gratuitas ao longo de dois meses.
“Mobilizamos mais 100.000 pessoas, movimentando a economia local em cerca de R$1.500.000,00, contemplando micro empreendedores ligados a cultura, como ambulantes, taxistas, artistas de rua, entre outros”.
Além disso, eles garantem que a desocupação acontecerá, apenas, “quando o estado democrático de direito for retomado”.
“Permanecemos conscientes de que somos resistência ao golpe político-juridíco-midiático. Só haverá desocupação quando o estado democrático de direito for retomado. A luta pela democracia não tem hora para acabar”.
Da Redação da Agência PT de Notícias