Após ameaças aos cubanos, governo dispensa Revalida no ‘Mais Médicos’
Exigência do exame é uma das principais bandeiras de Bolsonaro, mas agora fica clara que sua grande “preocupação” era expulsar os caribenhos do país
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Sem conseguir preencher o rombo deixado pelo fim da parceria Brasil-Cuba no Mais Médicos, o Ministério da Saúde que abrirá mão da exigência do Revalida para brasileiros e estrangeiros formados no exterior. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (7).
O exame é exigido para médicos brasileiros formados no exterior que queiram exercer a medicina no Brasil.
A saída dos profissionais caribenhos deixa um buraco de 8.517 vagas em milhares de municípios e mais de 300 comunidades indígenas. De acordo com o Ministério da Saúde, menos da metade desses doutores (3.949) já se apresentaram para trabalhar até agora, e muitos tem escolhido regiões populosas e com facilidade de acesso.
Com os cubanos, foi a primeira vez que centenas de cidades tiveram um médico. O próprio ministro nomeado por Bolsonaro, Luiz Henrique Mendetta, reconheceu que o governo está longe de encontrar uma solução rápida e efetiva.
Jair Bolsonaro destila preconceito e mentiras contra o Mais Médicos bem antes de o programa sair do papel. E era justamente a dispensa do Revalida (válida apenas aos cubanos e outros intercambistas) era o grande alvo das grandes críticas do agora presidente, que dizia ‘duvidar’ que os bolsistas eram médicos de verdade.
Agora como presidente eleito, fica claro que a grande “preocupação” dele era tirar os caribenhos do país, mesmo que às custas da saúde de milhões de pessoas, justamente as mais vulneráveis e historicamente privadas do direto à saúde.
Por Thais Reis, da Agência PT de Notícias