Arábia saudita faz primeira retaliação comercial a Bolsonaro
Proposta de mudança da embaixada em Israel para a cidade de Jerusalém motivou boicote ao frango produzido no Brasil
Publicado em
O Brasil já começa a sofrer as primeiras retaliações comerciais de países do mundo árabe em função das falas de Jair Bolsonaro, que ventilou repetidas vezes a possibilidade de trocar a embaixada brasileira em Israel, da cidade de Tel Aviv para Jerusalém. A troca de local da embaixada é mal vista por do conflito árabe-israelense que há década assola a região e tem Jerusalém como ponto chave.
A Arábia Saudita, responsável pela importação de 14% da carne de frango do Brasil em 2018, desabilitou cinco frigoríficos da lista dos exportadores brasileiros para o país árabe. Eram 30 frigoríficos que estavam habilitados a comercializar com o país, número que acaba de ser reduzido para 25. Entre as unidades descredenciadas, estão unidades da BRF e JBS.
Segundo informou a Folha, a retirada de empresas brasileiras do mercado da Arábia Saudita pode ser apenas o começo das barreiras econômicas colocadas devido intenção de transferir a embaixada brasileira.
Nos últimos anos, os frigorífico brasileiros investiram pesadamente na produção de carne halal – abatida segundo os preceitos islâmicos – e agora correm o risco de ver esse investimento ir pelo ralo. Apenas a BRF detinha cerca de 45% do mercado de frango na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuweit, Qatar e Omã, até a nova restrição restrição.
Estima-se que a economia halal global atinja tenha girado em torno de US$ 6,4 trilhões em 2018. O Brasil exporta para 57 países islâmicos, sendo 22 países árabes, o que resulta em mais de dois milhões de toneladas de carne por ano.
Da Redação da Agência PT de notícias, com informações da Folha