Por Bolsonaro, Brasil pode perder mercado e investimentos árabes

Declarações de Bolsonaro relacionadas à embaixada em Israel já causou reação do Egito e pode gerar indisposição com investidores, além de compradores

EBC

Jair Bolsonaro

Poucos dias após Jair Bolsonaro declarar que iria copiar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e transferir a embaixada brasileira em Israel da cidade de Tel Aviv para Jerusalém, o Brasil sofreu uma retaliação diplomática. Uma viagem do chanceler brasileiro Aloysio Nunes para o Egito, que estava marcada para esta quarta -feira (7) foi cancelada de última hora.

Segundo relatos de diplomatas, a Liga dos Países Árabes chegou a enviar uma nota à embaixada brasileira no Cairo, condenando as declarações do presidente eleito. Para a visita de Aloysio, um grupo de empresários brasileiros já tinha chegado ao Egito.

Juntos, os países árabes são o segundo maior comprador de proteína animal brasileira. De janeiro a setembro de 2018, esses países compraram cerca de US$ 10 bilhões. Em 2017, as exportações somaram US$ 13,5 bilhões e o superávit para o Brasil foi de US$ 7,17 bilhões.

Além desse importante mercado, os países árabes colocam muito dinheiro na economia brasileira, mas os investimentos podem minguar uma vez que a imagem do Brasil “pode ficar arranhada”, a depender do presidente eleito. Isso afastaria fundos soberanos utilizados principalmente em obras de infraestrutura.

“Outras retaliações podem surgir no decorrer disso, criando embargos às vendas de outros setores da indústria nacional, a exemplo da aviação militar, dado que os países da região do Golfo Árabe são clientes potenciais para a aquisição desse tipo de equipamento”, diz levantamento realizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

Segundo o jornal Globo, uma fonte graduada do governo brasileiro revelou que diplomatas das embaixadas localizadas nos países árabes estão preocupadas com a segurança. Existe certo temor de que o Brasil seja alvo de grupos radicais contrários à posição de Bolsonaro de mudar a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. Se ele cumprir o que disse, o Brasil se juntará aos Estados Unidos e à Guatemala como os únicos países que tomaram essa posição.

Da redação da Agência PT de notícias, com informações do Globo

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