Artistas se unem aos trabalhadores no 1º de Maio da CUT e centrais
Chico Buarque, Elza Soares, Renegado, Chico César Osmar Prado, Teresa Cristina, Spartakus, Elen Oléria e Lirinha são alguns dos artistas que participam do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora
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Um dos primeiros setores a parar em meio à pandemia do novo coronavírus, a classe artística terá ampla participação no 1º de Maio Unitário das Centrais Sindicais – CUT, Força, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, Intersindical e Pública – neste sábado (1º).
O evento do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, que será virtual por causa da pandemia, será transmitido, às 14h, pela TVT e pelo Facebook da CUT. O tema é Vida, Democracia, Emprego, Vacina Para Todos e Auxílio de R$ 600, além do impacto da Covid-19 no setor cultural.
Os sindicalistas e políticos vão debater a atual conjuntura política, econômica e social do Brasil, destacando o desemprego, a escalada da inflação e medidas necessárias para combater a pandemia, gerar emprego e renda e acabar com a fome e a miséria.
Já artistas como Chico Buarque, Elza Soares, Renegado, Chico César, Osmar Prado, Teresa Cristina, Spartakus, Elen Oléria e Lirinha, entre outros, vão garantir muita música boa, poesia e também reflexões sobre a situação do setor cultural, um dos mais afetados pela crise sanitária.
Sem trabalho há mais de um ano, cantores, atores, compositores e demais artistas ainda não têm data para voltar aos palcos porque suas atividades, em geral, costuma causar aglomerações e são realizadas na maioria das vezes em espaços fechados, sem janelas, não recomendado pelas autoridades da área da saúde porque pode aumentar a transmissão do vírus.
A necessidade de isolamento social suspendeu atividades em museus, casas de espetáculos, teatros, cinemas e outros segmentos, o que impactou fortemente projetos em andamento, a manutenção de postos de trabalhos e a garantia da renda para profissionais que atuam em todo o país.
Todas as atividades, que dependem da aglomeração de gente e da venda de ingressos, foram interrompidas, mas não houve um plano do governo federal para suprir a renda dos profissionais do setor.
Para José Celestino Lourenço, secretário nacional de Cultura da CUT, a presença de vários artistas no 1º de Maio da classe trabalhadora expressa uma cultura progressista de esquerda que é fundamental porque a cultura não pode ser separada da política. Tino, como é chamado, ressalta que a presença dos artistas no dia internacional da classe trabalhadora é a expressão de uma cultura de resistência.
“Sem dúvida nenhuma vão abrilhantar o nosso dia da classe trabalhadora e muito mais que isso, vão possibilitar a compreensão de que aquilo que eles vão apresentar significa a expressão de resistência popular e social e, portanto, estarão unificados conosco”.
“De fato os artistas estão demonstrando na prática a solidariedade com classe trabalhadora. Estão comprometidos com as pautas da fome, do desemprego, da democracia e por vacinas para todos”, concorda Carmen Foro, secretária-Geral da CUT.
Desalento no setor da cultura
O cenário para a classe artística no país é desolador em meio à pandemia do coronavírus. Com o cancelamento de atividades para evitar aglomerações, multiplicam-se incertezas sobre como os profissionais da cultura conseguirão se manter uma vez que a pandemia ainda está descontrolada no país.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), o setor cultural envolvia, em 2018, mais de 5 milhões de trabalhadoras e trabalhadores, representando 5,7% do total de ocupados no país – 44% desses profissionais são autônomos.
A Lei Aldir Blanc, que foi aprovada em 2020, liberou R$ 3 bilhões para pagamento de auxílio emergencial para os trabalhadores do setor cultural, mas não chegou a quem mais precisava. Mais de 700 mil pessoas não tiveram acesso aos recursos, segundo Tino.
“Muita gente não teve acesso por uma lógica da Secretaria Especial de Cultura do governo Bolsonaro, que dificultou o acesso aos recursos a esses trabalhadores”, lembra o secretário.
Na última semana, a Câmara dos Deputados, aprovou em votação simbólica, um projeto de lei que prorroga o auxílio emergencial de trabalhadores do setor da cultura em razão da pandemia. O texto foi aprovado no Senado no fim de março e agora segue para sanção de Bolsonaro.
Cerca de R$ 773,9 milhões estão disponíveis para socorrer trabalhadores e também para manter espaços culturais, micro e pequenas empresas.
“São em torno de 5 milhões de trabalhadores nessa área e a grande maioria não são formalizados e, por isso, que o nosso envolvimento também com a Lei Aldir Blanc foi fundamental porque como está dito, foi o primeiro setor que suspendeu suas atividades pela aglomeração e sem dúvida nenhuma será a última voltar”, finaliza Tino.
Do site da CUT