Ary Vanazzi: municípios precisam do Mais Médicos com cubanos de volta

Prefeito de São Leopoldo e presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM) vê como indispensável presença desses profissionais no combate à pandemia do coronavírus

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Ary Vanazzi

Os municípios brasileiros ainda pagam caro pela suspensão, no governo Bolsonaro, do programa Mais Médicos, que disponibilizava atendimento de mais de 5 mil profissionais cubanos. Desde então, municípios menores e longínquos ficaram completamente desassistidos. Agora, com a pandemia do coronavírus e a tragédia que se anuncia no nosso sistema de saúde, o governo federal sinaliza uma  contratação de cubanos.

Mas estamos vendo problemas aí.  Primeiro, o Mais Médicos, extinto pelo Bolsonaro, funcionava por meio de convênio com a OPAS (Organização Pan-americana de Saúde) que mandava os profissionais para cá. Estes, na imensa maioria, voltaram pra casa em 2018, depois da eleição de Bolsonaro e diante do anúncio dele de que romperia com o convênio.

Desde então, os programas do próprio governo Bolsonaro não têm dado certo. Abriram vagas para médicos brasileiros mas nunca conseguiram supri-las. Os profissionais brasileiros não querem trabalhar nos confins do país e muito menos pelo salário oferecido, de 12 mil reais.

Agora, o governo quer inserir cubanos no programa, mas sem qualquer convênio ou acordo com Cuba ou a OPAS. Quer dar “asilo”, naturalização ou autorização para residência no país aos cerca de 1,8  médicos cubanos que permaneceram no país.

Não é isso que defendemos. Queremos a recriação do programa Mais Médicos em convênio com a OPAS, aos moldes do que foi feito no governo da presidenta Dilma Rousseff. Precisamos destes profissionais, competentes  e dedicados,  novamente atuando nas redes básicas de saúde e principalmente agora, em razão da pandemia que trará incontáveis perdas humanas ao nosso país.

Ary Vanazzi

Prefeito de São Leopoldo

Presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM)

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