Assim como Moro, Bolsonaro minimiza fuzilamento de músico no RJ

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional disse que o comandante da operação do Exército que culminou na morte de Evaldo Rosa Santos “deu uma bobeada”

José Cruz/Agência Brasil

Jair Bolsonaro

O desgoverno de Jair Bolsonaro (PSL) tem mostrado cada vez mais de que lado está quando se trata de segurança pública. E não é o do povo. Eleito com a bandeira de trazer segurança aos brasileiros, Bolsonaro ignora esse discurso quando se trata de responsabilizar as ações criminosas dos agentes do estado. Prova disso é que, após um longo silêncio, Jair considerou o fuzilamento de Evaldo dos Santos Rosa, com 80 tiros no Rio de Janeiro, um “incidente”.

Assim como o ministro da Justiça, Sérgio Moro, que disse que a morte de um trabalhador inocente “é algo que pode acontecer”, Bolsonaro deixa claro que para o seu governo as vidas de trabalhadores pobres e negros importa menos. Em sintonia com o desumano discurso de Jair, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (CGI), general Augusto Heleno, afirmou neste sábado (13) que o comandante da operação desastrada do Exército que culminou na morte do músico “deu uma bobeada”.

“Tudo indica, pelas circunstâncias, que foi uma bobeada”, disse ao portal UOL durante um evento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em São Paulo. A ‘bobeada’ se trata do fuzilamento do carro de uma família na zona oeste do Rio de Janeiro. Os militares fuzilaram o veículo com 80 tiros. A família seguia para um chá de bebê no bairro de Guadalupe. A mulher, o filho, o sogro e uma amiga da família conseguiram escapar do veículo. Rosa, por sua vez, foi fuzilado pelos militares e morreu no local.

Bolsonaro ordena censura na EBC sobre o caso

Se Jair levou dias para se manifestar sobre o fuzilamento do músico, o mesmo não ocorreu quando se tratou de defender um costumas criminoso das redes sociais. Bolsonaro (PSL), em mais uma prova de que não respeita a população brasileira, se posicionou a favor do ‘humorista’ Danilo Gentili, sobre sua condenação por declarações criminosas à deputada federal, Maria do Rosário (PT-RS).

Em seu twitter, Bolsonaro declarou que Gentili estava exercendo seu direito de livre expressão, e que era “apenas piada”. O discurso do tal ‘humorista’ e dos seguidores de Jair é de que a decisão da Justiça é uma “censura”. O que o desgoverno não conta é que quem faz censura é justamente Bolsonaro. Reportagem da Revista Época mostrou que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) ordenou aos funcionários que não usem o termo “fuzilamento” para falar do assassinato do músico de Rosa.

Segundo a publicação, uma mensagem interna da empresa, na quarta-feira (10), mostra um repórter de uma rádio da EBC questionando os chefes por ter tido a palavra “fuzilamento” retirada de seu texto. A mensagem foi enviada a vários funcionários, incluindo o grupo de radiojornalismo da estatal. O funcionário explicou que, de fato, ocorreu um fuzilamento, com mais de 80 tiros ao carro de passeio em que o músico estava com a família, e que os militares envolvidos usaram fuzis.

O chefe respondeu o questionamento dizendo apenas que “fuzilamento” não é a palavra usada “oficialmente”, e por isso seria retirada.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Revista Fórum, UOL e Época

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