Bancada do PT na Câmara tentará reduzir prejuízos da ‘contra-reforma’ política

Texto, que será votado na próxima terça-feira (14), autoriza o financiamento empresarial de campanha e diminui o tempo de propaganda eleitoral

A vice-presidente do PT e coordenadora da campanha pela reforma política da legenda, Gleide Andrade, informou, em entrevista à Agência PT de Notícias, nesta sexta-feira (10), que a bancada do partido na Câmara fará o possível para que, na próxima terça-feira (14), o desejo da sociedade seja ouvido e que o financiamento privado de campanha vetado.

“Acredito que podemos melhorar essa situação com uma emenda e vamos correr atrás do interesse da maioria da população. Caso o projeto de lei seja aprovado como está, esperamos que o Senado, diferente da Câmara, tenha sensibilidade e não coloque a pauta em votação como está”, afirma a vice-presidente.

Na avaliação do deputado Henrique Fontana (PT-RS), o texto-base do substitutivo da reforma política, aprovado na noite de quinta-feira (9), reforça o abuso do poder econômico na política e facilita a reeleição de deputados.

“Ao propor uma campanha muito curta, diminuindo o tempo de propagando em TVs e rádios, o projeto dificulta que a democracia seja exercida e cria dificuldades para que o candidato menos conhecido apresente suas propostas. Vamos apresentar destaques para manter o tempo de divulgação que é de 90 minutos”, afirma o deputado.

“Além de não ajudar o candidato com menos expressão, esse novo modelo diminui os espaços de sensibilização e esclarecimento do eleitor”, completa.

Outro ponto de muito debate e divergências entre a base aliada e a oposição é o financiamento de campanha feito por empresas privadas. O novo relatório prevê um teto de R$ 20 milhões para cada pessoa jurídica. Para Fontana, o valor é “um grande exagero”.

“Obviamente esse é um limite que absolutamente não limita nada. Um mesmo grupo econômico pode ter quatro ou cinco CNPJs e poderá contribuir com R$ 60, R$ 80 ou até R$ 100 milhões”, explica Fontana.

De acordo com a vice-presidente do partido, os parlamentares, ao aprovar este tipo de financiamento, votam para servir um interesse que não é da população, mas sim dos setores que conduzem a economia do País.

“É importante lembrarmos que foram mais de 308 votos apoiando esta pauta. São mais de 300 deputados dando seu voto para atender a um desejo do mercado e da economia”, afirma.

Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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